O que é Gerontologia?

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A Gerontologia é uma área da saúde que vem crescendo exponencialmente nos últimos anos. Isso porque, segundo dados da Secretaria de Comunicação Social, com base no Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa no Brasil aumentou 57,4% nos últimos doze anos. O número de pessoas com 65 anos ou mais passou de 14.081.477, o equivalente a 7,4% da população em 2010, para 22.169.101, representando agora 10,9% dos 203.080.756 habitantes do país.

Com esses números, fica evidente que a Gerontologia desempenha um papel fundamental na promoção da saúde e do bem-estar na terceira idade. Essa área multidisciplinar estuda o envelhecimento em suas dimensões biológicas, psicológicas e sociais, preparando profissionais para lidar com os desafios de uma sociedade que envelhece rapidamente.

Neste texto, você vai entender o que é a Gerontologia, suas diferenças em relação à Geriatria, onde atua o profissional da área e por que essa especialidade está em alta no mercado de trabalho.

O que é Gerontologia?   

Conforme orienta o portal Veja Saúde, a Gerontologia é o estudo do processo de envelhecimento em todas as suas dimensões: biológica, psicológica e social. A área busca compreender as mudanças que ocorrem ao longo da vida e promover ações que garantam qualidade de vida na terceira idade.

Como vimos, com o crescimento expressivo da população idosa no Brasil, o papel do gerontólogo se torna cada vez mais relevante. Sua atuação vai além dos cuidados com a saúde física, abrangendo também questões emocionais, sociais e culturais que impactam o envelhecer com dignidade.

Qual é a diferença entre Gerontologia e Geriatria?

Como acabamos de entender o que é Gerontologia, fica mais fácil compreendermos o conceito de Geriatria. Enquanto a Gerontologia estuda o envelhecimento de forma ampla, a geriatria é uma especialidade médica focada no diagnóstico e tratamento de doenças em pessoas idosas.

Um exemplo prático para entendermos a diferença entre gerontologia e geriatria: o gerontólogo pode atuar adaptando a casa de um idoso para garantir segurança e bem-estar; já o geriatra é o médico que avalia e trata problemas de saúde como hipertensão, osteoporose ou demência.

Quais são as áreas de atuação do profissional em Gerontologia?

A Gerontologia dialoga com diferentes campos de saber e de cuidado, porque o processo de envelhecimento envolve múltiplas dimensões da vida. Por isso, as áreas que compõem a atuação profissional estão conectadas a demandas complexas, como a promoção da saúde, o enfrentamento de doenças, a inclusão social e o fortalecimento de políticas públicas.

A seguir, explicamos algumas dessas áreas e suas funções na sociedade:

Promoção da saúde e prevenção de doenças

Essa área atua no incentivo ao envelhecimento saudável e autônomo, por meio de estratégias que estimulam hábitos de vida mais equilibrados. As principais demandas envolvem educação em saúde, campanhas de conscientização sobre alimentação balanceada, prática de atividades físicas, vacinação, controle da pressão arterial, cuidados com o sono e prevenção de doenças crônicas.

A promoção da saúde visa prolongar a funcionalidade do idoso e prevenir condições que comprometam sua qualidade de vida, reduzindo internações e dependências precoces.

Reabilitação e cuidados paliativos

Envolve estratégias voltadas à recuperação funcional de pessoas que sofreram quedas, AVC, fraturas ou passaram por cirurgias, além de oferecer suporte em casos de doenças progressivas e sem cura.

Na reabilitação, o objetivo da Gerontologia é restaurar a autonomia física e cognitiva do idoso, utilizando terapias e estímulos personalizados. Já os cuidados paliativos se concentram no alívio de sintomas, no conforto físico e emocional e na garantia de dignidade em fases terminais da vida, com atenção à dor, à comunicação com a família e ao acolhimento integral do paciente.

Apoio psicossocial e reintegração social

Essa área atua sobre os impactos emocionais e sociais do envelhecimento, como solidão, perda de vínculos, exclusão e dificuldades de adaptação a novas fases da vida.

O apoio psicossocial busca fortalecer o bem-estar subjetivo da pessoa idosa, promovendo o autoconhecimento, a autoestima e a escuta empática. Já a reintegração social envolve ações que incentivam a retomada da participação comunitária, seja por meio de atividades culturais, ensino ao longo da vida, retorno ao trabalho, engajamento em grupos ou mesmo em atividades voluntárias.

Políticas públicas e advocacy

Envolve a criação, aplicação e fiscalização de políticas voltadas ao envelhecimento com dignidade. Entre as principais demandas estão a ampliação de acesso aos serviços de saúde, à moradia adequada, à mobilidade urbana acessível, ao transporte público eficiente e à segurança.

O advocacy, por sua vez, refere-se à defesa de direitos das pessoas idosas em espaços institucionais e sociais. Essa área também atua na elaboração de legislações específicas, na avaliação de programas públicos e no fortalecimento da cidadania e da participação política na terceira idade.

Educação, pesquisa e consultoria

Essa área está relacionada à produção e à disseminação de conhecimento sobre envelhecimento, com foco na formação continuada de profissionais, na construção de dados relevantes e na orientação de práticas e projetos.

As demandas incluem o desenvolvimento de materiais educativos, a realização de pesquisas científicas sobre o envelhecer no Brasil e no mundo, e a prestação de consultoria para empresas, instituições e governos interessados em adaptar seus serviços, produtos ou políticas à realidade de uma população cada vez mais longeva.

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Onde o gerontólogo pode trabalhar?

Depois de conhecer as principais áreas de atuação da Gerontologia, é importante entender onde, na prática, esses profissionais colocam seus conhecimentos em ação.

A seguir, veja exemplos concretos de onde esse profissional pode atuar e como ele contribui para o bem-estar da população idosa.

Hospitais, clínicas e centros de reabilitação

Nesses espaços, o gerontólogo integra equipes multiprofissionais, oferecendo suporte no planejamento de cuidados, na humanização do atendimento e na adaptação de rotinas para o público idoso.

Em hospitais, por exemplo, pode auxiliar na criação de ambientes mais acolhedores para internações prolongadas. Já em centros de reabilitação, atua no acompanhamento de processos de recuperação física e emocional, após quedas ou cirurgias.

Instituições de longa permanência e residenciais

Nessas instituições, conhecidas como ILPIs, o gerontólogo contribui para o desenvolvimento de atividades que estimulam a convivência, o autocuidado e a manutenção da autonomia. Também participa da organização da rotina dos residentes e da mediação de conflitos entre idosos, familiares e equipe.

ONGs, projetos sociais e setor público

Em projetos sociais, o gerontólogo pode atuar com oficinas, grupos de convivência, ações culturais e atividades educativas. No setor público, pode contribuir com políticas de envelhecimento ativo, como programas de atenção domiciliar e ações intergeracionais em centros comunitários.

Startups e inovações voltadas à terceira idade

Com o avanço da tecnologia e o crescimento do público 60+, startups voltadas ao bem-estar do idoso têm ganhado espaço.

O gerontólogo pode colaborar no desenvolvimento de aplicativos de saúde, plataformas de exercícios físicos ou soluções para cuidados domiciliares, sempre garantindo que o produto seja funcional, seguro e adaptado à realidade dessa população.

Pesquisas acadêmicas

Na universidade ou em centros de pesquisa, o gerontólogo desenvolve estudos sobre qualidade de vida, políticas públicas, longevidade e saúde do idoso.

Pode atuar como pesquisador, professor ou consultor em projetos interdisciplinares voltados à formulação de estratégias que ajudem a sociedade a lidar melhor com o envelhecimento populacional.

Como é a formação em Gerontologia?

De acordo com o portal Educa Mais Brasil, o curso de Gerontologia nasceu da necessidade de cuidados específicos para a população idosa, visto que o envelhecimento envolve desafios diários que exigem preparo técnico e sensibilidade humana.

A formação nessa área pode acontecer tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação, e em ambos os casos o foco está em capacitar o profissional para atuar de forma ampla e integrada no processo de envelhecer.

Durante o curso, os estudantes têm contato com disciplinas que abordam o envelhecimento humano sob diferentes perspectivas, tais como:

  • Biologia do envelhecimento;
  • Psicologia do idoso;
  • Políticas públicas para a terceira idade;
  • Saúde coletiva;
  • Antropologia;
  • Nutrição;
  • Educação em saúde;
  • Cuidados paliativos;
  • Gestão de serviços voltados ao idoso.

O objetivo da formação em Gerontologia é formar profissionais capazes de atuar de forma multidisciplinar e com profundo entendimento das necessidades dessa fase da vida.

Profissionais que podem se especializar

A graduação em Gerontologia é aberta a qualquer pessoa com ensino médio completo, mas a pós-graduação em Gerontologia exige diploma de nível superior, preferencialmente em áreas da saúde, como fisioterapeutas e educadores físicos.

Habilidades e competências essenciais

O profissional com formação em Gerontologia precisa desenvolver empatia, escuta ativa, responsabilidade ética e capacidade de trabalhar em equipe.

Também deve ter visão interdisciplinar, sensibilidade para lidar com vulnerabilidades e habilidade para propor soluções que promovam autonomia, bem-estar e inclusão social da pessoa idosa.

Perfil do estudante de Gerontologia: veja se você se identifica

Para atuar na área de Gerontologia, é fundamental possuir certas características e habilidades que facilitam o trabalho com a população idosa. Veja algumas delas, de acordo com o portal Guia da Carreira:

  • Atenção à ética e moral: compreender e aplicar princípios fundamentais no cuidado com pessoas idosas.
  • Amabilidade e gentileza: cultivar atitudes respeitosas, humanas e empáticas no dia a dia.
  • Linguagem adequada para o seu público: aprender a se comunicar com clareza e sensibilidade, respeitando os limites e as necessidades do idoso.

Por que a Gerontologia está em alta no mercado de trabalho?

Com o avanço da longevidade no Brasil, cresce também a necessidade de profissionais capacitados para atender às demandas da população idosa.

Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a demanda por especialistas em envelhecimento está aumentando significativamente. Isso se deve aos dados do IBGE, que indicam que, até 2100, os idosos representarão entre 30% e 40% da população brasileira, enquanto os jovens poderão corresponder a apenas 9% do total, no cenário mais acentuado.

Diante desse panorama, a Gerontologia se consolida como uma profissão promissora. Cada vez mais, hospitais, clínicas, centros de convivência e até empresas buscam profissionais com conhecimento amplo sobre o envelhecimento humano. O desafio vai além do cuidado com doenças, envolve garantir que os idosos envelheçam com dignidade, autonomia e qualidade de vida.

A busca por envelhecimento ativo e com qualidade

Com a terceira idade se tornando a base da pirâmide populacional, cresce também o desejo de envelhecer de forma ativa. Muitos idosos querem manter suas rotinas, estudar, trabalhar, viajar e viver com liberdade. A sociedade precisa estar preparada para atender a essa geração que busca longevidade com bem-estar.

Valorização do cuidado humanizado e integral

Cada pessoa envelhece de forma diferente. Por isso, o cuidado humanizado ganha tanta importância: ele reconhece as individualidades, respeita os limites e valoriza a história de vida de cada idoso. O gerontólogo é o profissional preparado para enxergar essas nuances e oferecer um atendimento integral e sensível.

Como a Gerontologia transforma a sociedade e combate o etarismo?

O etarismo, preconceito contra pessoas com base na idade, é uma barreira real para o envelhecimento digno no Brasil. Dados do Observatório dos Direitos Humanos (ObservaDH), revelam que 4 milhões de idosos trabalhavam na informalidade em 2022, número que cresceu 36,6% desde 2020. Muitos enfrentam a exclusão do mercado formal simplesmente por serem mais velhos (fonte: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania)

A Gerontologia atua diretamente na transformação desse cenário ao promover a valorização da pessoa idosa, não apenas em termos de cuidado, mas também como agente ativo da sociedade. Essa área combate estereótipos, defende políticas públicas inclusivas e contribui para a construção de uma cultura que reconhece a diversidade etária como um valor.

A formação de profissionais conscientes e preparados para lidar com a realidade do envelhecimento é fundamental para superar o etarismo e construir uma sociedade mais justa e acolhedora.

Qual o salário de um gerontólogo?

Segundo o portal Salário, a média salarial inicial de um gerontólogo varia significativamente conforme a função desempenhada, a carga horária e a região de atuação.

FAQ – Dúvidas frequentes sobre Gerontologia

Se você ainda tem dúvidas sobre a formação ou atuação em Gerontologia, confira as respostas para as perguntas mais comuns:

Quem faz gerontologia é médico?

Não. O gerontólogo não é médico. Trata-se de um profissional com formação específica na área, voltada ao estudo do envelhecimento sob diversas dimensões.

A pós-graduação em Gerontologia é reconhecida pelo MEC?

Sim, desde que realizada em instituições autorizadas e credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC).

Preciso ter formação na área da saúde para fazer uma especialização em Gerontologia?

Sim. A pós-graduação é voltada a profissionais graduados em áreas da saúde, como Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia e Educação Física.

Gerontologia tem conselho profissional ou registro obrigatório?

Ainda não existe um conselho exclusivo. A atuação segue as normativas dos conselhos das profissões de origem.

É possível trabalhar de forma autônoma com Gerontologia?

Sim. O profissional pode atuar como consultor, palestrante ou prestador de serviços em espaços diversos.

Qual é a diferença entre o curso de Gerontologia e um curso de Cuidador de Idosos?

O curso de Gerontologia é de nível superior. Já o de Cuidador de Idosos é técnico ou livre, com foco em cuidados diretos e práticos.

Pós-Graduação em Gerontologia é no UniDomBosco!

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