A psicomotricidade desempenha um papel fundamental no desenvolvimento humano, especialmente na infância. De acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde realizada em 2023, 12% das crianças brasileiras apresentam suspeita de atraso no desenvolvimento. Esse dado reforça a importância de intervenções adequadas que promovam o desenvolvimento motor, cognitivo e emocional.
Essa prática não só ajuda a identificar possíveis dificuldades, mas também atua de forma preventiva, estimulando habilidades essenciais para o desenvolvimento infantil.
Para entender melhor, no post de hoje vamos abordar o conceito de psicomotricidade, quando ela é indicada e a função do psicomotricista.
O que é psicomotricidade?
Conforme orienta o portal Catho, a psicomotricidade é uma área interdisciplinar que estuda a conexão entre corpo e mente, reconhecendo que ambos estão profundamente ligados ao desenvolvimento humano. Essa disciplina busca entender como o movimento corporal está relacionado às emoções, ao aprendizado e à socialização.
O termo refere-se ao movimento organizado e integrado, que reflete as experiências e a individualidade de cada pessoa. Em outras palavras, a psicomotricidade considera que nossos movimentos não são apenas físicos, mas também influenciados por quem somos, como nos comunicamos e como interagimos com os outros.
Quais são os três pilares da psicomotricidade?
A psicomotricidade se baseia em três pilares fundamentais que ajudam a entender como nos movemos, pensamos e sentimos. Esses pilares estão ligados ao desenvolvimento motor, emocional e cognitivo, proporcionando uma visão integrada de como o ser humano se expressa por meio de seus movimentos.
Abaixo, explicaremos cada um desses pilares de forma detalhada (fonte: portal Espaço Terapêutico Cinthia França):
Cognitivo: O que saber fazer
Esse pilar se refere às funções cognitivas que envolvem a compreensão, a aprendizagem e o raciocínio. A psicomotricidade, nesse aspecto, conecta o conhecimento adquirido ao controle motor, permitindo que a pessoa saiba como executar determinadas ações e movimentos. Assim, o cérebro desempenha um papel essencial na organização e na execução de atividades físicas e mentais.
Motor: O que pode fazer
Aqui, o foco está na capacidade física e no controle motor. Esse pilar se relaciona com o movimento em si, ou seja, o que o corpo é capaz de fazer. Inclui o desenvolvimento da coordenação motora, do equilíbrio e da força muscular. A psicomotricidade trabalha para melhorar essas habilidades, possibilitando movimentos mais eficientes e controlados.
Emocional: O que fazer
O pilar emocional envolve a relação entre sentimentos e ações. As emoções influenciam diretamente a forma como nos movemos e interagimos com o ambiente. A psicomotricidade reconhece que os movimentos são expressões do estado emocional, e trabalhar esse aspecto ajuda a melhorar a interação social e o bem-estar geral.
Quando é indicada?
A psicomotricidade pode ser indicada para pessoas de todas as idades que apresentam dificuldades em integrar os aspectos motores, emocionais e cognitivos de forma harmônica.
Através dessa técnica, é possível promover uma maior consciência corporal, melhorar a coordenação motora e trabalhar questões emocionais, resultando em uma melhor qualidade de vida.
Diversas condições podem se beneficiar da psicomotricidade, seja em crianças, adultos ou idosos. A técnica é aplicada em diversos contextos, como na educação, na reabilitação ou em intervenções terapêuticas para melhorar o bem-estar físico e emocional. Alguns exemplos incluem (fonte: portal Tua Saúde):
- Dificuldades de aprendizagem, como dislexia e déficit de atenção;
- Problemas de memória e concentração;
- Hiperatividade ou comportamentos impulsivos;
- Agressividade ou dificuldades na regulação emocional;
- Problemas posturais e de coordenação motora;
- Dispraxia, caracterizada por dificuldades na execução de movimentos.
Qual a importância da psicomotricidade na primeira infância?
A psicomotricidade desempenha um papel fundamental no desenvolvimento integral da criança durante a primeira infância, que é uma fase determinante para o crescimento físico, emocional e cognitivo.
Nessa etapa, o cérebro das crianças está em um ritmo acelerado de desenvolvimento, formando conexões importantes que influenciarão suas habilidades motoras e emocionais ao longo da vida.
Por meio de atividades psicomotoras, como brincadeiras que envolvem movimentos coordenados e interação com o ambiente, a criança começa a explorar seu corpo e seus limites.
Esse processo ajuda a desenvolver habilidades essenciais como equilíbrio, coordenação motora grossa e fina, além da percepção espacial e temporal. Essas atividades não só estimulam o desenvolvimento físico, mas também contribuem para o aprendizado e a socialização, fortalecendo a capacidade de resolver problemas e interagir com outras crianças.
A psicomotricidade na primeira infância também contribui para o autoconhecimento corporal, permitindo que a criança tenha maior consciência de seus movimentos e capacidades, o que é essencial para a construção de uma autoimagem positiva.
Assim, a intervenção psicomotora nessa fase pode prevenir dificuldades motoras e cognitivas no futuro, além de proporcionar uma base sólida para o sucesso escolar e social.
O papel da família no acompanhamento psicomotor
A família tem um papel essencial no acompanhamento psicomotor em todas as fases da vida. Seja na infância, adolescência, idade adulta ou terceira idade, o suporte familiar é fundamental para estimular o desenvolvimento motor, emocional e cognitivo.
Para as crianças, a família oferece o primeiro ambiente de aprendizagem, onde o movimento, a socialização e o controle emocional são incentivados. Atividades simples, como brincadeiras que envolvam coordenação e equilíbrio, ajudam a integrar esses aspectos de forma lúdica e natural.
Já para adultos e idosos, a família continua a ser um importante pilar de apoio, incentivando a prática de atividades que preservem a mobilidade, a autonomia e o bem-estar emocional. O incentivo e o apoio emocional da família contribuem para a motivação em todas as idades, ajudando a manter uma vida ativa e saudável.
Qual é a função do psicomotricista?
Agora que já entendemos o que é, qual a importância da psicomotricidade e quando ela é indicada, podemos explorar a função do psicomotricista, o profissional especializado nessa área.
Sua função principal é avaliar, planejar e realizar intervenções para melhorar a coordenação motora, o comportamento emocional e o desempenho cognitivo de indivíduos em diferentes contextos.
Esse profissional trabalha de forma multidisciplinar, atuando em conjunto com educadores, fisioterapeutas, psicólogos e outros especialistas, dependendo da necessidade do paciente.
Através de atividades lúdicas e terapêuticas, o psicomotricista busca melhorar habilidades como equilíbrio, postura, lateralidade e a capacidade de interação social. Além disso, ele ajuda no desenvolvimento emocional e na superação de dificuldades que podem impactar a qualidade de vida, como problemas de atenção, hiperatividade e agressividade.
O objetivo é sempre promover o bem-estar integral da pessoa, considerando sua individualidade e necessidades específicas.
Exemplos de atividades de um psicomotricista
Conforme orienta o portal Indeed, o psicomotricista pode realizar diversas atividades que auxiliam o desenvolvimento físico e emocional, confira:
- Atuação em clínicas e instituições especializadas: O profissional usa recursos como jogos, desafios motores e terapias para promover o desenvolvimento integral de pessoas de todas as idades.
- Planejamento e coordenação de atividades clínicas: Envolve a criação de programas personalizados para reabilitação, desenvolvimento motor e suporte emocional, especialmente em serviços de assistência escolar ou clínicas de reabilitação.
- Consultoria e assessoria: Prestar apoio técnico e consultoria em projetos relacionados à psicomotricidade, além de realizar auditorias em instituições que utilizam essa abordagem.
- Ensino e pesquisa: Ministrar cursos e treinamentos voltados à psicomotricidade, além de desenvolver pesquisas que aprimoram o campo, gerando novos conhecimentos sobre o tema.
Psicomotricidade: conheças as principais tendências
Com o aumento da preocupação das pessoas com saúde e bem-estar, os investimentos em qualidade de vida têm crescido significativamente. Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostram que o segmento de saúde, beleza e bem-estar teve um aumento de 21,5% em 2022, alcançando um faturamento superior a R$ 47 bilhões. Já no primeiro trimestre de 2023, o crescimento foi de 27% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 12,4 bilhões, de acordo com o portal O Globo.
Esse cenário aponta para um crescimento constante em carreiras ligadas à saúde e ao bem-estar nos próximos anos, o que inclui a área de psicomotricidade. Segundo o portal Quero Bolsa, existem diversas áreas de atuação para o psicomotricista, como:
- Psicomotricidade educacional: Atuando em escolas e instituições de ensino, o psicomotricista auxilia alunos no desenvolvimento motor e emocional, especialmente aqueles com dificuldades de aprendizagem ou comportamentais, como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
- Psicomotricidade hospitalar: Em hospitais e centros de saúde, o profissional trabalha com pacientes em UTI, ambulatórios e brinquedotecas, oferecendo suporte no desenvolvimento e recuperação de habilidades motoras e emocionais.
- Psicomotricidade em empresas: Focada na ergomotricidade, este campo visa melhorar o bem-estar dos colaboradores, prevenindo problemas relacionados ao trabalho repetitivo e ao estresse físico e mental.
- Terapia psicomotora: Voltada para a saúde mental e a geriatria, a atuação inclui o apoio ao desenvolvimento motor e emocional de pacientes com transtornos mentais ou idosos que precisam de acompanhamento especializado.
Terceira idade e psicomotricidade: como atuar nesta carreira
Embora muitas pessoas associem a psicomotricidade ao trabalho com crianças, os idosos também podem se beneficiar significativamente dessa prática. O papel do psicomotricista na terceira idade é fundamental para promover bem-estar, qualidade de vida e manter a autonomia dos idosos.
Seno assim, é importante ressaltar que os pilares para uma longevidade saudável incluem:
- Cognição: memória, raciocínio e capacidade de julgamento;
- Psicológico: identificação de sintomas depressivos e a qualidade do sono;
- Mobilidade: equilíbrio e capacidade de caminhar;
- Sensorial: visão e audição, essenciais para a interação com o ambiente;
- Vitalidade: energia para realizar atividades, englobando aspectos nutricionais.
Nesse contexto, o psicomotricista atua diretamente na melhoria desses aspectos, ajudando os idosos a manterem suas habilidades físicas, emocionais e cognitivas, promovendo um envelhecimento mais saudável e ativo.
Quanto ganha um psicomotricista?
O salário de um psicomotricista pode variar dependendo de fatores como experiência, local de atuação, nível de formação e região geográfica. Em média, o psicomotricista ganha cerca de R$3.742 por mês no Brasil (fonte: portal Indeed);
No entanto, esse valor pode aumentar conforme o profissional adquire mais experiência ou atua em áreas mais especializadas, como hospitais, clínicas de reabilitação e empresas de grande porte.
Psicomotricistas que trabalham em instituições privadas, especialmente em grandes centros urbanos, ou que se dedicam à consultoria, podem alcançar salários mais altos, devido à demanda por profissionais capacitados e especializados.
Aqueles que se dedicam à área acadêmica ou pesquisa também podem ter ganhos superiores, principalmente ao desenvolverem projetos ou ministrarem cursos de formação na área. Portanto, o potencial de crescimento na carreira é significativo.
A profissão de psicomotricista é regulamentada?
Sim, a profissão de psicomotricista é regulamentada no Brasil. De acordo com a Lei nº 13.794, sancionada em 3 de janeiro de 2019, os profissionais formados em psicomotricidade estão habilitados para exercer a profissão em todo o território nacional.
Essa lei também estabelece os critérios para o exercício da psicomotricidade, exigindo formação específica na área, garantindo que o profissional tenha a capacitação necessária para atuar em diferentes contextos, como educação, saúde e reabilitação, sempre de maneira ética e responsável.
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