Nos últimos anos, o posicionamento de mulheres na liderança, bem como sua importância, tem ganhado destaque no mundo corporativo. Esse movimento se reflete em mais debates que buscam mudanças sociais, além de avanços na questão da igualdade de gênero. Mesmo que ainda sejam minoria em altos cargos, mulheres que ocupam posições de CEO (mulheres CEO) e outras funções de liderança são essenciais para quebrar as barreiras impostas pela sociedade e desafiar estereótipos difundidos por muito tempo.
Elas têm mostrado não apenas competência e habilidade para gerenciar negócios altamente lucrativos, mas também apresentam novas abordagens e visões para gestão e a tomada de decisões e, por muitas vezes, promovem programas organizacionais mais inclusivos e criativos. A ascensão de mulheres em postos de destaque não é apenas uma questão de representatividade, mas um fator decisivo para o sucesso das empresas em um mercado global cada vez mais competitivo.
Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de 2023, mostram que 39,1% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres no Brasil, um aumento de quase 4% se comparado com os números de 2013 (35,7%). O levantamento ainda apresenta que as mulheres estudam, em média, 12 anos para assumir cargos de destaque, enquanto os homens levam cerca de 10,7 anos. O estudo ainda ressalta que, mesmo com mais tempo de preparação, nem sempre as mulheres conseguem vagas em níveis de liderança (diretores, dirigentes, gerentes ou supervisores) (Fonte: UOL).
Ao analisar o cenário dos CEOs, a disparidade fica mais evidente. Uma pesquisa conduzida pela consultoria Vila Nova Partners mostra que, no Brasil, apenas 5% das posições de CEOs são mulheres. O setor de saúde é o que tem mais mulheres no cargo de CEO, com 25%. Na sequência estão os setores de serviços financeiros (11%) e indústria (3%). Entretanto, os setores de consumo e varejo, serviços, educação e governo; e tecnologia, mídia e telecomunicações têm 0% de mulheres como CEOs. (Fonte: Poder 360)
Já em escala mundial, somente 6% dos cargos de CEO são ocupados pelas mulheres. Os números são da empresa global de consultoria global Deloitte.
Outro ponto que gera diversas discussões é a diferença salarial. De acordo com o 2° Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado em 2024 pelo Ministério do Trabalho e Emprego, as mulheres ganham até 20,7% menos que os homens em empresas que tenham mais de 100 funcionários. Ao fazer o recorte nos cargos de liderança, nosso assunto de hoje, essa diferença sobe para 27%. Já em funções que exigem nível superior, a desigualdade pode chegar até 31,2%. (Fonte: Governo Federal)
Com todos esses pontos apresentados, é hora de entendermos um pouco mais sobre o que as mulheres CEO.
Afinal, o que é um CEO?
Antes de falarmos sobre mulheres CEO, é importante entender o que é este cargo. Segundo o blog do Serasa, o termo CEO vem do inglês e se pronuncia “CI-I-O”. A sigla significa Chief Executive Officer (Diretor Executivo, em português). Sua função varia de acordo com o tamanho, tipo e estrutura da empresa, mas está ligada à prosperidade do negócio.
Além disso, o CEO é responsável pela visão estratégica da empresa e ocupa o importante papel de gestor. Com esses pontos, você sabe quais as habilidades necessárias para ser o CEO dentro de uma empresa?
O que faz um CEO?
Há várias funções atribuídas ao CEO, mas sua missão, no geral, é definir o planejamento estratégico da empresa e buscar uma visão futura para a companhia a qual ele é responsável. Portanto, o CEO é o principal executivo de qualquer empresa. Ele é quem deve colocar em prática as deliberações feitas pelo conselho de administração da companhia. (Fonte: Exame)
Dentre algumas funções do CEO que podemos citar, estão:
Traçar os objetivos da empresa
Como falamos anteriormente, o CEO tem o importante trabalho de conduzir a visão, missão e objetivos da empresa;
Ser o porta-voz da empresa
O CEO, em grande parte, se torna o principal porta-voz da empresa para falar de assuntos ligados diretamente à instituição, seja para cultura organizacional ou posicionar a empresa no mercado. Além disso, o CEO tem papel importante no relacionamento da empresa com públicos externos.
Ser o estrategista
O CEO, assim como o Capitão Nascimento, do filme Tropa de Elite (2007), sabe qual é o conceito de estratégia. Uma de suas principais funções é definir os próximos passos da empresa por meio do planejamento;
Zelar pelo patrimônio empresarial
Pode parecer redundante, mas o CEO também tem a responsabilidade de cuidar, juntamente com diretores e acionistas, da saúde da empresa, isso com o objetivo de que a instituição siga próspera.
Trazer as mudanças necessárias para a empresa
Geralmente, novas políticas de uma empresa são definidas ao conselho responsável pela administração. Cabe ao CEO implementar e/ou modificar processos dentro da empresa ou setores com base nessas decisões.
Mulheres CEO: Quais são as grandes lideranças femininas da atualidade?
Agora que entendemos mais sobre as principais funções de um CEO, bem como alguns cargos de liderança, é hora de conhecer as mulheres que estão fazendo a diferença no Brasil e no mundo.
Luiza Helena Trajano
Talvez uma das empresárias mais conhecidas do Brasil, Luiza é presidente do conselho de administração do Magazine Luiza. Até 2015 ela atuou como CEO da empresa e é uma defensora ativa do empreendedorismo feminino. Ela também fundadora do Grupo Mulheres do Brasil, uma organização que reúne mulheres de vários segmentos do mercado com o objetivo ajudar com a melhoria do país.
Mary Barra
Mary Barra é CEO da General Motors (GM) desde 2014, além de ser a primeira mulher a liderar uma das grandes montadoras globais. Ela tem atuado pela transformação da GM rumo a políticas como os veículos elétricos.
Andrea Marques de Almeida
Andrea atuou como diretora executiva de finanças (CFO) da Petrobras, desempenhando um papel crucial na estratégia financeira da maior empresa de petróleo do Brasil. Em 2019, a executiva integrou a lista das 50 mulheres mais poderosas internacionalmente da Revista Fortune. Já em 2020, apareceu pela segunda vez consecutiva na lista anual das 100 mulheres mais poderosas do mundo da Revista Forbes.
Susan Wojcicki
Desde 2014, Susan atuou como CEO do YouTube. Ela foi uma das primeiras funcionárias do Google e, sob sua liderança, o YouTube cresceu exponencialmente, tornando-se uma das maiores plataformas de vídeo online do mundo. No ano passado, deixou o cargo e, infelizmente, veio a falecer em 2024.
Cristina Helena Junqueira
Cristina é cofundadora do Nubank, o maior banco digital independente do mundo, além de CEO das operações da instituição no Brasil. Até 2022 atuou como diretora de crescimento (CGO) da instituição. Atualmente, tem sido uma das principais vozes do setor financeiro digital no Brasil. Ainda mais, Cristina é responsável pelas operações e estratégias de expansão do México e da Colômbia, além de atuar globalmente no marketing e comunicação da instituição.
Quais os desafios para as mulheres no mercado de trabalho?
O mercado de trabalho ainda impõe desafios significativos às mulheres, especialmente em cargos de liderança. A diferença de salários é uma realidade persistente, com mulheres em funções de destaque ganhando menos que os homens. Além disso, a presença feminina em posições de CEO permanece extremamente baixa, tanto no Brasil quanto no cenário global.
Esses obstáculos são ressaltados por questões culturais e estruturais da nossa sociedade, como estereótipos de gênero e a escassez de políticas corporativas voltadas para a inclusão. Mesmo com mais qualificações e estudo, muitas mulheres enfrentam dificuldades para chegar a esses cargos de alta liderança. Outro desafio é equilibrar as demandas da vida profissional e pessoal, uma vez que as responsabilidades familiares ainda recaem, na grande maioria, sobre elas.
Para superar essas barreiras são necessárias ações como a implementação de políticas de equidade salarial, maior flexibilidade no ambiente de trabalho, programas de mentoria e capacitação, além de uma mudança cultural, mais que essencial, que incentive a presença feminina em todos os níveis das empresas. Com medidas assim, o caminho para construir um mercado de trabalho mais justo se torna mais palpável.
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