Geriatria e gerontologia são áreas cada vez mais essenciais diante do envelhecimento acelerado da população brasileira.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa é que, até 2030, o número de pessoas com mais de 60 anos ultrapasse o total de crianças e adolescentes de até 14 anos (fonte: Jornal da USP). Esse fenômeno reflete não só o aumento da longevidade, como também impõe novos desafios ao sistema de saúde e à sociedade como um todo.
Com mais pessoas vivendo por mais tempo, cresce a demanda por profissionais qualificados para garantir qualidade de vida na terceira idade. Nesse cenário, a atuação de especialistas em geriatria e gerontologia torna-se indispensável.
Para compreendermos mais sobre o tema, no texto de hoje vamos entender a diferença entre geriatria e gerontologia, a importância desses profissionais e como seguir carreira nessas áreas.
O que é geriatria?
A Geriatria é uma especialidade médica dedicada ao cuidado da saúde de pessoas idosas, com foco na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças comuns nessa fase da vida.
Mais do que tratar enfermidades isoladas, o geriatra analisa a interação entre essas condições e como elas afetam a funcionalidade do paciente, adotando uma abordagem completa que leva em conta aspectos físicos, mentais e sociais.
O que é gerontologia?
A Gerontologia é a área do conhecimento que estuda o processo de envelhecimento em seus aspectos biológicos, psicológicos e sociais.
Esta área da saúde é interdisciplinar e pode ser exercida por profissionais de diversas formações, como psicologia, serviço social, fisioterapia e enfermagem. Seu foco está na promoção da qualidade de vida, autonomia e inclusão social da pessoa idosa.
O gerontólogo atua no planejamento de políticas públicas, programas de apoio ao envelhecimento ativo e ações de prevenção, buscando compreender o impacto do envelhecimento na sociedade e desenvolver estratégias para enfrentá-lo de forma eficaz.
Entenda as diferenças entre geriatria e gerontologia
Embora estejam diretamente ligadas ao envelhecimento, geriatria e gerontologia não são a mesma coisa. Conforme orienta o portal Unimed, geriatria é uma especialidade médica, enquanto gerontologia é o estudo global do envelhecimento humano.
Confira alguns exemplos práticos que ajudam a ilustrar essa diferença:
- Um idoso com Alzheimer e hipertensão precisa ser acompanhado por um geriatra, que irá ajustar medicamentos e acompanhar a evolução clínica dessas doenças.
- Um profissional que desenvolve um programa de inclusão digital para idosos em centros comunitários atua na área da gerontologia, promovendo envelhecimento ativo e integração social.
Qual a importância de um geriatra e gerontólogo?
Com o avanço da idade, surgem mudanças físicas, emocionais e sociais que exigem atenção especializada. É nesse contexto que a atuação do geriatra e do gerontólogo se torna essencial. Juntos, esses profissionais promovem um cuidado completo e complementar à saúde do idoso.
O geriatra contribui para um envelhecimento com mais segurança ao acompanhar condições clínicas que surgem ou se intensificam com o tempo. Seu trabalho reduz o risco de complicações, melhora a qualidade de vida e evita internações desnecessárias.
Já o gerontólogo atua no campo da prevenção, educação e promoção de bem-estar. Ele contribui com projetos sociais, adaptações ambientais, apoio psicológico e orientação sobre hábitos saudáveis.
Enquanto o médico geriatra cuida do corpo e da saúde física do idoso, o gerontólogo ajuda o paciente a manter sua autonomia, autoestima e integração social. A combinação do trabalho desses especialistas permite que o idoso envelheça com mais dignidade e qualidade de vida.
Quando procurar esses profissionais?
O acompanhamento com um geriatra ou gerontólogo não deve acontecer apenas diante de problemas. Ele pode ser preventivo e planejado, especialmente a partir dos 60 anos. Veja em quais situações é indicado procurar esses profissionais:
- Para iniciar um acompanhamento preventivo da saúde física e funcional.
- Quando há doenças crônicas que precisam de um cuidado especializado.
- Em casos de mudanças cognitivas, emocionais ou comportamentais.
- Para orientações sobre bem-estar, autonomia e adaptação do ambiente doméstico.
- Quando o idoso ou a família desejam suporte psicológico e social para lidar com o envelhecimento.
Geriatria é só para quem tem mais de 60 anos?
Embora o Estatuto do Idoso considere pessoas com 60 anos ou mais como idosas, o acompanhamento com um geriatra pode, e muitas vezes, deve começar bem antes disso.
O envelhecimento não começa em uma data específica, e o cuidado com ele também não deveria.
De acordo com o portal Terra, não existe uma idade exata para procurar esse especialista. O que define a necessidade é o estilo de vida, os antecedentes familiares e o desejo de envelhecer com mais saúde e autonomia.
A medicina geriátrica está cada vez mais voltada à prevenção e à promoção da longevidade saudável, oferecendo suporte para pessoas a partir dos 40 ou 50 anos que desejam se preparar melhor para o futuro.
Questões como o uso precoce de medicamentos contínuos, mudanças hormonais, alterações cognitivas sutis ou dificuldades para manter hábitos saudáveis são sinais de que o cuidado especializado pode começar antes da terceira idade.
Portanto, ver a geriatria apenas como uma especialidade “para idosos” é reduzir o seu real potencial. Quanto antes o cuidado começar, maiores as chances de envelhecer com autonomia, saúde física e equilíbrio emocional.
Benefícios do cuidado interdisciplinar em geriatria e gerontologia
O cuidado interdisciplinar em geriatria e gerontologia promove uma assistência mais completa à pessoa idosa.
Médicos, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, nutricionistas e gerontólogos atuam de forma integrada, considerando todas as dimensões do envelhecimento. Enquanto o geriatra foca no tratamento clínico, os demais profissionais contribuem para o bem-estar físico, emocional e social do paciente.
Essa abordagem conjunta permite identificar riscos com mais precisão, elaborar planos de cuidado personalizados e melhorar a qualidade de vida do idoso.
Trabalhar em equipe garante um olhar mais amplo e humano, essencial para enfrentar os desafios do envelhecimento com eficácia e respeito.
O papel da família no acompanhamento do idoso
A presença e o envolvimento da família são fundamentais para garantir um envelhecimento mais saudável, seguro e acolhedor.
O apoio familiar fortalece o vínculo afetivo, contribui para a autoestima do idoso e facilita o acompanhamento dos cuidados propostos pelos profissionais de geriatria e gerontologia. Confira:
- Apoio emocional e decisões compartilhadas: O suporte emocional da família ajuda o idoso a lidar com perdas, mudanças na rotina e limitações físicas. O diálogo entre familiares e profissionais também permite decisões mais conscientes sobre tratamentos, adaptações e cuidados diários.
- Educação familiar e orientações práticas: Com a orientação de geriatras e gerontólogos, os familiares aprendem como lidar com situações comuns da velhice, como quedas, esquecimento, uso correto de medicamentos e criação de ambientes seguros. Esse preparo reduz conflitos, evita riscos e promove um cuidado mais eficiente e afetivo.
Famílias bem informadas se tornam parceiras essenciais no cuidado contínuo e humanizado da pessoa idosa.
Conheça a área de atuação do gerontólogo
Como a geriatria é uma especialidade médica, é mais simples compreendermos sua área de atuação: consultórios, ambulatórios, hospitais, unidades de saúde e centros de reabilitação.
Já a gerontologia, por ter uma abordagem mais ampla e interdisciplinar, oferece diversas possibilidades de atuação para o profissional formado na área.
Segundo o portal Guia da Carreira, o gerontólogo pode trabalhar em contextos que envolvem não apenas a saúde, mas também o bem-estar social, emocional e funcional da pessoa idosa. Ele atua na promoção do envelhecimento ativo, no desenvolvimento de programas educativos e em ações que visam integrar o idoso à sociedade de forma digna e participativa. Entenda mais!
Instituições públicas e privadas
Gerontólogos estão presentes em hospitais, onde atuam em conjunto com equipes multiprofissionais para garantir atendimento humanizado. Em clínicas e consultórios especializados, oferecem orientações sobre hábitos saudáveis e envelhecimento ativo.
Já em asilos e instituições de longa permanência, planejam atividades que estimulem o convívio social e a autonomia dos residentes. Enquanto em centros de convivência, coordenam programas de lazer, cultura e educação voltados ao público idoso, promovendo a inclusão e o bem-estar.
Políticas públicas e planejamento urbano
No setor público, gerontólogos contribuem com a criação de políticas de saúde, educação e assistência social voltadas à população idosa. Também podem atuar em projetos de planejamento urbano, sugerindo melhorias no transporte público, acessibilidade em calçadas e espaços públicos adaptados às necessidades da terceira idade.
Seu trabalho ajuda a construir cidades mais inclusivas, seguras e preparadas para o envelhecimento populacional, alinhando conhecimento técnico com impacto social positivo.
Como se tornar um geriatra?
Para se tornar um médico geriatra, é necessário seguir um caminho específico dentro da área da saúde.
O primeiro passo é concluir a graduação em Medicina, que tem duração média de seis anos. Após obter o diploma e o registro no CRM, o profissional deve ingressar em uma residência médica com foco em Clínica Médica, com duração de dois anos. Em seguida, é preciso realizar mais dois anos de residência específica em Geriatria, totalizando cerca de 10 anos de formação.
Ao final do processo, o médico pode prestar a prova de título de especialista pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o que garante reconhecimento oficial na área.
Qual o perfil profissional para se tornar médico geriatra?
Um bom geriatra vai além da técnica. Ele precisa ter um perfil profissional condizente com sua área. Veja as habilidades mais valorizadas na geriatria:
- Empatia e escuta ativa, para compreender as múltiplas demandas do idoso.
- Paciência e sensibilidade, já que muitos atendimentos exigem mais tempo e cuidado.
- Visão humanizada, tratando o paciente como um todo, não apenas a doença.
- Capacidade de trabalhar em equipe, por atuar de forma interdisciplinar.
- Atualização constante, acompanhando os avanços na área do envelhecimento.
Esse conjunto de habilidades faz do geriatra um profissional essencial no cuidado integral da pessoa idosa.
Como se tornar um gerontólogo?
Diferente da geriatria, a gerontologia não exige formação médica. Profissionais de diversas áreas, como psicologia, enfermagem, fisioterapia, serviço social, educação física e nutrição, podem se especializar em gerontologia para atuar com o envelhecimento de forma integrada e humanizada.
A formação permite compreender as transformações físicas, emocionais e sociais que ocorrem com a idade, promovendo ações que melhorem a qualidade de vida do idoso.
Cursos de pós-graduação e certificações
A principal forma de se tornar gerontólogo é por meio de cursos de pós-graduação em Gerontologia. Essa especialização aprofunda os conhecimentos sobre políticas públicas, envelhecimento ativo, cuidados multidisciplinares e inclusão social.
Além disso, a educação continuada é fundamental para acompanhar os avanços científicos e sociais da área, garantindo uma atuação ética, atualizada e eficaz junto à população idosa.
Qual o salário de um médico geriatra?
De acordo com o portal Salario, um médico geriatra no Brasil recebe, em média, R$ 7.670,17 mensais para uma jornada de 23 horas semanais. Esse valor pode variar conforme a experiência do profissional, o porte da empresa e a região de atuação.
É importante ressaltar que esses valores se referem ao salário base, sem considerar adicionais como bônus, comissões, horas extras ou benefícios. A remuneração também pode ser influenciada pela demanda por especialistas em geriatria, que tende a crescer com o envelhecimento da população brasileira.
Qual o salário de um gerontólogo?
De acordo com o portal Quero Bolsa, o salário médio de um gerontólogo no Brasil é de R$ 12.092,01. Entre as especialidades com os melhores salários, destaca-se o cargo de Diretor de Serviços de Saúde, que pode alcançar uma média de R$ 21.803,49 mensais.
Então, se você está pensando em trabalhar em áreas relacionadas à geriatria e gerontologia, é importante levar em consideração sua formação, habilidades interpessoais, empatia, capacidade de atuação interdisciplinar e atualização constante. Esses fatores são essenciais para oferecer um atendimento completo, ético e centrado nas reais necessidades da pessoa idosa.
Esses fatores fazem da geriatria e a gerontologia áreas fundamentais para garantir um envelhecimento mais saudável, ativo e digno, tornando a profissão cada vez mais valorizada.
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A formação prepara você para enfrentar os desafios do envelhecimento populacional e fazer a diferença na vida de quem mais precisa de atenção especializada. Seja protagonista dessa mudança social e profissional. Matricule-se hoje mesmo e invista na sua carreira!
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