O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurológica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, independentemente de idade, gênero ou origem étnica.
Embora seja mais comum em crianças, muitas vezes persiste na adolescência e na vida adulta. O TDAH é caracterizado por três principais sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade.
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o número de casos de TDAH variam entre 5% e 8% a nível mundial. Além disso, estima-se que 70% das crianças com o transtorno apresentam outra comorbidade e, pelo menos, 10% apresentam três ou mais comorbidades (fonte: Ministério da Saúde).
Para compreendermos mais sobre o tema, abordaremos neste texto o conceito e os sintomas de TDAH, bem como os desafios na hora dos estudos e dicas para lidar com esse transtorno.
O que é TDAH?
Como foi visto, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado, às vezes, de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD (fonte: ABDA).
De acordo com o Manual MSD, o TDAH consiste em uma capacidade de concentração ruim e/ou excesso de atividade e impulsividade impróprias para a idade da criança que interferem no desempenho ou no desenvolvimento.
Qual a diferença entre TDA e TDAH?
O Transtorno de Déficit de Atenção (TDA) e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) são condições distintas, embora relacionadas.
O TDA é caracterizado principalmente por dificuldades em manter a atenção, organização e seguir instruções, sem os componentes de hiperatividade e impulsividade. Já o TDAH inclui os mesmos sintomas de desatenção do TDA, mas também incorpora hiperatividade e impulsividade, que podem se manifestar como inquietação constante, dificuldade em permanecer sentado e comportamentos impulsivos (fonte: portal Tec Mundo).
Essas diferenças são fundamentais para um diagnóstico preciso e para a definição de estratégias de tratamento adequadas. Entender as particularidades de cada transtorno ajuda a abordar as necessidades específicas de quem convive com essas condições, proporcionando um manejo mais eficaz e personalizado.
Quais são os sintomas de TDAH?
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas de TDAH em relação à faixa etária são:
Sintomas em crianças e adolescentes
Os principais sinais são:
- Agitação e inquietação constantes.
- Dificuldade em permanecer parados: movimentam mãos, pés e objetos frequentemente.
- Falam em excesso.
- Dificuldade de concentração em atividades longas ou repetitivas.
- Facilmente distraídos por estímulos externos ou próprios pensamentos.
- Esquecimento recorrente, como esquecer material escolar ou recados.
- Impulsividade manifestada em situações como interromper os outros ou agir sem pensar.
- Dificuldade em se organizar e planejar tarefas.
- Desempenho escolar abaixo do esperado para sua capacidade intelectual.
- Meninas apresentam menos hiperatividade e impulsividade, mas são igualmente desatentas.
H3: Sintomas em adultos
Cerca de 60% das crianças e adolescentes com TDAH mantêm alguns sintomas na vida adulta, mas em menor número, sendo os principais:
- Dificuldade em organizar e planejar atividades cotidianas.
- Problemas em priorizar tarefas e determinar o que fazer primeiro.
- Estresse ao gerenciar múltiplos compromissos.
- Tendência a deixar trabalhos incompletos e iniciar novas atividades sem finalizar as anteriores.
- Necessidade de serem lembrados por outros para completar tarefas.
- Potenciais problemas no ambiente de trabalho, nos estudos e nos relacionamentos devido à desatenção e esquecimento.
Qual exame neurológico detecta TDAH?
O TDAH pode ser diagnosticado através de uma combinação de avaliações clínicas e exames neurológicos. Entre os exames disponíveis, o eletroencefalograma (EEG) é frequentemente utilizado para detectar anormalidades na atividade cerebral que podem estar associadas ao TDAH.
O EEG mede a atividade elétrica no cérebro e pode identificar padrões que indicam a presença do transtorno. Conforme explica o portal Telemedicina Morsch, este exame não é invasivo, é seguro e é realizado com o paciente em estado de repouso, geralmente com os olhos fechados.
Além do EEG, o diagnóstico do TDAH também precisa envolver entrevistas clínicas, questionários e avaliações comportamentais para complementar os achados do exame neurológico.
É importante lembrar que o diagnóstico do TDAH é multifacetado e deve ser feito por um profissional de saúde qualificado, como o psicólogo ou psiquiatra, considerando a história clínica completa do paciente e os resultados de diversos testes.
Dessa forma, é possível obter um diagnóstico preciso e desenvolver um plano de tratamento eficaz para melhorar a qualidade de vida do paciente.
Como o TDAH influenciou a sobrevivência e a adaptação humana?
Uma pesquisa recente da Universidade da Pensilvânia sugere que as características de desatenção, hiperatividade e impulsividade do TDAH podem ter oferecido vantagens evolutivas significativas aos nossos ancestrais, influenciando a sobrevivência e adaptação humana (fonte: portal G1).
O estudo indica que os traços do TDAH poderiam ter sido benéficos em contextos de caça e coleta, onde a capacidade de responder rapidamente a estímulos e a hiper focalização em atividades específicas eram cruciais para a sobrevivência.
A desatenção, por exemplo, pode ter permitido que indivíduos com TDAH notassem mudanças sutis no ambiente, identificando perigos ou oportunidades que outros poderiam ignorar. A hiperatividade e a impulsividade poderiam ter facilitado uma resposta rápida a ameaças imediatas, como predadores ou situações de combate, aumentando as chances de sobrevivência. A energia e a inquietação associadas ao TDAH também poderiam ter sido vantajosas em atividades que exigiam altos níveis de atividade física, como a caça.
Em termos de adaptação social, indivíduos com TDAH podem ter desempenhado papéis importantes em suas comunidades, trazendo inovação e novas ideias devido à sua tendência a pensar fora da caixa e explorar diferentes possibilidades.
Essas características, embora desafiadoras em alguns contextos modernos, podem ter sido altamente valorizadas em sociedades antigas, contribuindo para a diversidade genética e comportamental do grupo.
Sendo assim, compreender essas vantagens evolutivas oferece uma nova perspectiva sobre o TDAH, não apenas como um transtorno, mas como um conjunto de traços que podem ter sido essenciais para a evolução humana e a capacidade de adaptação ao longo do tempo.
Como o TDAH afeta os estudos?
O TDAH é uma condição que pode trazer complicações expressivas para adultos, especialmente para aqueles que cursam ensino superior. Manifestando-se por meio de sintomas como desatenção, hiperatividade e impulsividade, este transtorno pode levar a contratempos acadêmicos, como desempenho insatisfatório, gestão inadequada de prazos e inassiduidade.
No entanto, muitos destes universitários têm o potencial de se sobressair nos estudos, mesmo que enfrentem desafios de gestão e organização em outras esferas da vida.
Também é importante destacar que o TDAH, em adultos, pode amplificar a percepção de estresse, fazendo com que tarefas futuras ou prazos pareçam fontes iminentes de ansiedade. Diante de obstáculos, desafios ou pressões elevadas, muitos universitários com essa condição podem adotar estratégias de enfrentamento pouco eficazes.
Contudo, a experiência universitária não é só de desafios. Ela é repleta de momentos enriquecedores, como novas amizades, celebrações e descobertas intelectuais. Porém, para estudantes com TDAH, pode ser um desafio pleno reconhecer e valorizar esses momentos luminosos em meio aos obstáculos acadêmicos e pessoais que enfrentam (fonte: Psicólogo e Terapia).
Como lidar com o TDAH nos estudos?
Enfrentar o TDAH durante os anos universitários pode ser uma experiência com alguns deafios. Porém, não é uma sentença de insucesso. Vamos ver algumas dicas para lidar com o TDAH na hora dos estudos:
- Estabeleça um ambiente de estudo adequado: Encontre um local tranquilo e livre de distrações para estudar. Isso pode incluir um espaço organizado, iluminação adequada e a remoção de dispositivos eletrônicos, se possível.
- Defina metas e horários: Estabeleça metas de estudo claras e crie um cronograma. Ter um plano estruturado ajuda a manter o foco e a organização.
- Use técnicas de organização: Faça anotações, utilize calendários, listas de tarefas e lembretes para manter o controle do que precisa ser estudado e das datas de entrega de trabalhos.
- Divida o estudo em blocos menores: Evite longas sessões de estudo e divida o material em blocos menores e mais gerenciáveis. Isso torna mais fácil manter o foco.
- Faça pausas regulares: Programe pausas curtas entre os blocos de estudo para evitar o cansaço mental e a hiperfocalização. Pausas de 5 a 10 minutos a cada 25-30 minutos podem ser eficazes.
- Utilize técnicas de aprendizado ativo: Em vez de apenas ler o material, envolva-se ativamente com ele. Faça perguntas, resuma o conteúdo com suas próprias palavras e use recursos visuais, como mapas mentais.
- Reduza as distrações online: Se estiver estudando no computador, use aplicativos ou extensões que bloqueiem temporariamente sites e aplicativos de mídia social que possam distraí-lo.
- Recompense-se: Estabeleça recompensas para si mesmo após atingir metas de estudo. Isso pode servir como motivação adicional para se concentrar.
- Mantenha um estilo de vida saudável: Uma alimentação balanceada, exercícios regulares e sono adequado podem melhorar a capacidade de concentração e reduzir a impulsividade.
- Busque apoio profissional: Considere a possibilidade de trabalhar com um psicólogo ou terapeuta especializado em TDAH, que pode fornecer estratégias específicas e apoio emocional.
- Utilize medicação, se prescrita: Em alguns casos, a medicação pode ser recomendada por um profissional de saúde para ajudar a controlar os sintomas do TDAH. Certifique-se de seguir as orientações médicas cuidadosamente.
Qual a nova lei para quem tem TDAH?
A nova Lei nº 14.254, sancionada em 2021, estabelece assistência integral aos alunos com transtornos de aprendizagem, incluindo Dislexia e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Essa legislação prevê uma série de medidas para garantir que estudantes com esses transtornos recebam o apoio necessário no ambiente escolar. Entre as principais ações estão a identificação precoce, o acompanhamento especializado e a adaptação de métodos de ensino para atender às necessidades específicas desses alunos. A lei também assegura a capacitação dos profissionais da educação para que possam lidar adequadamente com as dificuldades apresentadas pelos estudantes com TDAH.
Conforme informado pela Câmara dos Deputados, esta iniciativa visa promover uma inclusão mais efetiva, garantindo igualdade de oportunidades e melhor desempenho acadêmico para alunos com TDAH. A implementação dessa lei representa um avanço significativo na educação inclusiva, oferecendo um suporte mais adequado e compreensivo para esses estudantes.
Quem tem TDAH tem direito a algum benefício do governo?
Atualmente, não existe um benefício específico do governo destinado exclusivamente a pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). No entanto, em casos excepcionais e graves, algumas pessoas com TDAH podem conseguir acessar benefícios através de decisões judiciais.
Um exemplo notável é o caso de uma menina com TDAH severo, em que um juiz determinou que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concedesse o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS).
Conforme relatado pelo portal ConJur, essa decisão judicial foi baseada na gravidade dos sintomas e na incapacidade da criança de realizar atividades cotidianas sem assistência contínua.
O BPC/LOAS é um benefício assistencial previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, destinado a pessoas com deficiência que não possuam meios de prover a própria manutenção, nem de tê-la provida por sua família. Este benefício garante um salário mínimo mensal para assegurar a dignidade e a subsistência da pessoa beneficiada e para ter direito a ele é preciso que a renda por pessoa do grupo familiar seja igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo (fonte: Instituto Nacional do Seguro Social).
É importante ressaltar que, embora este caso específico tenha resultado na concessão do BPC/LOAS para uma criança com TDAH, tal decisão não estabelece um precedente legal ou um direito automático para todos os indivíduos com TDAH. Cada situação é avaliada de forma individual, considerando a severidade do transtorno e a necessidade de suporte contínuo.
Portanto, a obtenção deste benefício para casos de TDAH depende de uma avaliação criteriosa e, muitas vezes, de uma intervenção judicial.
O TDAH é diagnosticado por qual profissional médico?
O diagnóstico correto e preciso do TDAH só pode ser feito através de uma longa anamnese (entrevista) com um profissional médico especializado (psiquiatra, neurologista, neuropediatra), conforme cita o Portal do Senado Federal. Além disso, como já foi visto, muitos dos sintomas podem estar associados a outras comorbidades correlatas ao TDAH e outras condições clínicas e psicológicas.
Esses profissionais realizam avaliações clínicas, que podem incluir entrevistas, questionários e observações, para determinar se uma pessoa atende aos critérios de diagnóstico do TDAH.
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