Entenda como é calculado o salário mínimo

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O salário mínimo não é apenas uma cifra em um contracheque: é o alicerce da economia de uma nação e o sustento de milhões. Representando o mínimo legal que um trabalhador pode receber, ele é mais do que uma quantia monetária: é um indicador de justiça social, um balizador de qualidade de vida. 

Mas você já parou para pensar em como esse valor é calculado? E qual é o seu impacto real na vida dos trabalhadores e na economia do país? 

O que é salário mínimo?

O salário mínimo (SM) federal oficial no Brasil em 2023 é de R$ 1.320,00, conforme estabelecido a partir de 1º de maio de 2023​​. No entanto, um estudo recente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sugere que o salário-mínimo ideal para o mesmo ano deveria ser por volta de R$ 6.641,58. Este valor é considerado ideal para cobrir os custos básicos de subsistência de uma família composta por quatro pessoas, sendo equivalente a aproximadamente 5,10 vezes o valor atual do salário mínimo​ (fonte: Revista Exame). 

É importante lembrar que o salário mínimo é determinado por lei e abrange todo o território nacional brasileiro, incluindo trabalhadores rurais e urbanos. Ele é, literalmente, o valor mínimo que uma empresa pode pagar ao seu funcionário.

O salário mínimo garante, segundo a lei, que o trabalhador seja capaz de atender às suas necessidades básicas: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social (fonte: Terra).

Conceitualmente, há 3 tipos de salários-mínimos:

  • Salário-mínimo nacional (estipulado pelo governo nacional);
  • Piso salarial estadual (estipulado pelo governo estadual); 
  • Piso salarial normativo (estipulado em negociação coletiva) — que pode ser negociado pelos sindicatos (Convenção Coletiva) e/ou sindicatos de trabalhadores com empresas (Acordo Coletivo).

Qual é a diferença entre o salário-mínimo federal e regional?

Os estados também podem ter salários-mínimos locais e pisos salariais por categoria maiores do que o valor fixado pelo Governo Federal, desde que não sejam inferiores ao valor do piso nacional, conforme texto da Lei Complementar no 103 de 14 de julho de 2000:

Art. 1.º Os Estados e o Distrito Federal ficam autorizados a instituir, mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, o piso salarial de que trata o inciso V do art. 7.º da Constituição Federal para os empregados que não tenham piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.

O salário-mínimo regional serve de referência, sobretudo, para os trabalhadores do setor privado que pertencem a categorias não contempladas em acordos coletivos ou convenções, como domésticos.

Sendo assim, a grande diferença é que o salário regional se trata da determinação de um piso maior que o salário mínimo padrão (federal), este, por sua vez, serve como a base para todo o país (fonte: Sólides).

Qual norma prevalece entre piso estadual ou piso normativo?

De acordo com o Portal Exame, a Lei Complementar 103/2000 estabelece que o piso salarial estadual será aplicado exclusivamente aos trabalhadores que não possuam um piso salarial definido por lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.

Portanto, nos casos em que os empregados não tenham um piso salarial definido por lei federal e o piso salarial tenha sido negociado por meio de acordos sindicais, será o último que terá prioridade, mesmo que seu valor seja inferior ao piso estadual.

Vale ressaltar que há uma exceção no caso do piso nacional de enfermagem, que, até o momento deste artigo, está pendente de julgamento pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal. Esse julgamento visa analisar a decisão proferida pelo Ministro Luís Roberto Barroso, que permitiu que sindicatos negociassem valores inferiores para empresas privadas, considerando a preocupação com a preservação das empresas e a prevenção de demissões em massa.

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Como é calculado o salário mínimo no Brasil?

O cálculo do SM brasileiro é feito com base em dois fatores:

  • O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação no país.
  • O Produto Interno Bruto (PIB), que mede a riqueza produzida no país.

O INPC é utilizado para medir o aumento do custo de vida, ou seja, quanto os preços dos produtos e serviços aumentaram no ano anterior. O PIB é utilizado para medir o crescimento econômico do país, ou seja, quanto a riqueza do país aumentou no ano anterior.

Qual é a política de valorização do salário-mínimo?

A política de valorização do SM no Brasil é uma política pública que visa garantir que o salário-mínimo seja suficiente para atender às necessidades básicas dos trabalhadores e de suas famílias. Essa política é importante para reduzir a desigualdade e promover a justiça social.

A política de valorização do salário-mínimo é baseada em dois princípios:

  • A garantia de ganhos reais: o SM deve ser reajustado de forma a superar a inflação, garantindo que os trabalhadores tenham um aumento real de renda.
  • A vinculação ao crescimento econômico: o SM deve ser reajustado de forma a acompanhar o crescimento econômico do país, garantindo que os trabalhadores compartilhem dos frutos do crescimento econômico.

Impactos da política de valorização deste salário

A política de valorização do salário mínimo tem diversos impactos positivos na economia brasileira, incluindo:

  • Aumento do consumo: um salário-mínimo mais alto aumenta o poder de compra dos trabalhadores, o que estimula o consumo e o crescimento econômico.
  • Redução da desigualdade: um salário-mínimo mais alto reduz a desigualdade de renda, pois beneficia principalmente os trabalhadores mais pobres.
  • Melhoria da qualidade de vida: um salário-mínimo mais alto permite que os trabalhadores tenham uma vida mais digna, com acesso a bens e serviços básicos, como alimentação, moradia, saúde e educação.

No entanto, a política de valorização do SM também pode ter alguns impactos negativos, tais como:

  • Aumento dos custos de produção: um salário mínimo mais alto aumenta os custos de produção das empresas, o que pode levar a um aumento dos preços dos produtos e serviços.
  • Perda de empregos: em alguns casos, um aumento repentino do salário mínimo pode levar à perda de empregos, pois as empresas podem optar por automatizar processos ou reduzir o número de trabalhadores.

É importante que a política de valorização do salário-mínimo seja implementada de forma gradual e responsável, para evitar que os impactos negativos sejam significativos.

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