A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizado por dificuldades na precisão e fluência do reconhecimento de palavras, além de problemas na decodificação e soletração. Estima-se que entre 5% e 10% da população mundial seja afetada por essa condição, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, aproximadamente 4% da população, o que corresponde a mais de 7,8 milhões de pessoas, convivem com a dislexia (fonte: Ministério da Saúde).
O diagnóstico precoce é fundamental para minimizar os impactos da dislexia no desempenho escolar e na autoestima dos indivíduos. Sinais de alerta incluem dificuldades com a linguagem e a escrita, lentidão na aprendizagem da leitura, problemas com a ortografia e desafios em seguir sequências de tarefas complexas.
Além disso, a falta de conhecimento sobre a dislexia pode levar a interpretações equivocadas, como atribuir as dificuldades a desatenção ou falta de interesse. Essa desinformação pode resultar em prejuízos psicológicos significativos para os disléxicos, reforçando a importância da conscientização e da capacitação de educadores e familiares para identificar e apoiar adequadamente esses indivíduos.
Para entender mais sobre este tema, no post de hoje vamos explorar o que é a dislexia, seus principais sintomas, como é feito o diagnóstico e como a psicopedagogia pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias para melhorar a aprendizagem dos indivíduos com essa condição.
O que é dislexia?
A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem que afeta a capacidade de leitura, escrita e ortografia, sem comprometer a inteligência do indivíduo. Conforme pontua o Ministério da Saúde do Brasil, trata-se de uma condição neurobiológica que altera o processamento fonológico do cérebro, dificultando a associação entre sons e letras, o que impacta diretamente a fluência e precisão na leitura.
Ao contrário do que muitos imaginam, a dislexia não está relacionada à falta de esforço ou desatenção, mas sim a diferenças na estrutura e funcionamento cerebral, especialmente nas áreas responsáveis pelo reconhecimento de palavras e decodificação dos sons.
Estudos de neuroimagem indicam que indivíduos com dislexia apresentam um funcionamento atípico em regiões como o giro fusiforme esquerdo, responsável pelo reconhecimento automático das palavras.
Essa dificuldade pode se manifestar de diferentes formas, dependendo da idade e do nível de escolaridade. Em crianças, sinais como dificuldade para aprender o alfabeto, lentidão na leitura e troca de letras semelhantes (como “p” e “q”) são comuns. Já em adultos, a dislexia pode impactar a escrita acadêmica, a interpretação de textos complexos e até mesmo a organização de ideias na fala e na escrita.
Embora a dislexia não tenha cura, há diversas estratégias pedagógicas e terapêuticas que ajudam a minimizar seus impactos, permitindo que os indivíduos desenvolvam suas habilidades de leitura e escrita de forma mais eficiente. O suporte adequado pode fazer toda a diferença no aprendizado e na autoestima dos disléxicos, reforçando a importância do diagnóstico precoce e de uma abordagem educacional personalizada.
Quais são os principais sinais da dislexia?
Como foi visto, a dislexia é um transtorno específico de aprendizagem que afeta principalmente as habilidades de leitura e escrita. Os sinais podem variar conforme a idade, mas geralmente incluem:
Na infância:
- Atraso no desenvolvimento da fala: Dificuldade para formar palavras corretamente, como trocar a ordem dos sons ou confundir palavras semelhantes.
- Problemas de articulação: Dificuldade para pronunciar palavras corretamente.
- Dificuldade em reconhecer letras: Problemas para identificar e nomear letras do alfabeto.
- Dificuldade com rimas e canções: Problemas para aprender e reproduzir rimas e músicas infantis.
- Dispersão e falta de atenção: Tendência a se distrair facilmente e dificuldade em manter o foco em atividades que envolvem leitura e escrita.
- Fraco desenvolvimento da coordenação motora: Dificuldade em atividades que requerem coordenação, como segurar um lápis ou recortar com tesoura.
- Falta de interesse por livros impressos: Desinteresse por atividades de leitura ou manuseio de livros.
Esses sinais podem ser observados em crianças em idade pré-escolar e nos primeiros anos escolares. É importante que pais e educadores estejam atentos a esses sintomas para que possam buscar uma avaliação adequada e, se necessário, intervenções precoces.
Na fase escolar:
- Dificuldade na leitura e escrita: Leitura hesitante, com omissões, substituições ou inversões de letras e sílabas; escrita com muitos erros ortográficos.
- Problemas de compreensão de texto: Dificuldade para entender o que foi lido, necessitando reler várias vezes para captar o sentido.
- Desorganização geral: Dificuldade em copiar de livros e lousa, manusear mapas e dicionários, e manter o material escolar organizado.
- Dificuldade em seguir sequências: Problemas para seguir instruções em etapas, como resolver problemas matemáticos que exigem passos sequenciais.
- Baixa autoestima: Sentimentos de inferioridade ou frustração devido às dificuldades acadêmicas, podendo levar ao desinteresse pela escola.
Esses sintomas podem afetar significativamente o desempenho escolar e o bem-estar emocional da criança. A identificação precoce e o suporte adequado são fundamentais para auxiliar no desenvolvimento acadêmico e pessoal.
Na vida adulta:
- Leitura lenta: Demora para concluir a leitura de livros ou textos extensos.
- Dificuldade em seguir instruções escritas: Problemas para compreender e executar tarefas baseadas em instruções textuais.
- Problemas de pronúncia: Dificuldade em articular palavras corretamente, podendo omitir sons ou sílabas.
- Dificuldade com sequências e planejamento: Problemas para organizar tarefas, gerenciar o tempo e seguir sequências lógicas.
- Resistência à escrita: Evitam atividades que envolvem escrita, como redigir e-mails ou mensagens.
- Dificuldade em cálculos mentais: Problemas para realizar operações matemáticas sem auxílio de ferramentas.
Mesmo na vida adulta, a dislexia pode continuar a apresentar desafios, especialmente em contextos profissionais e acadêmicos. No entanto, com estratégias de compensação e suporte adequado, muitos indivíduos disléxicos conseguem alcançar sucesso em diversas áreas.
É importante ressaltar que a dislexia não está relacionada à inteligência ou à falta de esforço. Com o diagnóstico precoce e intervenções apropriadas, é possível desenvolver habilidades compensatórias que auxiliam na superação das dificuldades associadas a esse transtorno.

Como é feito o diagnóstico da dislexia?
O diagnóstico da dislexia é um processo multidisciplinar que envolve a avaliação de diversos aspectos cognitivos, linguísticos e educacionais do indivíduo. Não há um exame clínico ou neurológico específico para detectar a dislexia, mas sim um conjunto de testes e análises realizados por especialistas em diferentes áreas, como psicopedagogos, fonoaudiólogos, psicólogos e neurologistas.
Passos para o diagnóstico da dislexia
- Histórico clínico e escolar: O primeiro passo é uma entrevista detalhada com os responsáveis e professores da criança, buscando identificar dificuldades persistentes na leitura, escrita e compreensão textual desde os primeiros anos escolares.
- Avaliação neuropsicológica: Testes específicos são aplicados para medir habilidades como memória, atenção, velocidade de processamento e consciência fonológica (capacidade de reconhecer e manipular os sons da língua).
- Testes de leitura e escrita: São analisadas a fluência, precisão e compreensão da leitura, além da ortografia e estruturação das palavras na escrita. Erros frequentes, como inversão de letras ou dificuldades na segmentação de sílabas, são indicativos da dislexia.
- Exclusão de outras causas: O diagnóstico da dislexia só é confirmado após a exclusão de outros fatores que possam impactar o aprendizado, como déficits visuais e auditivos, transtornos de atenção ou falta de acesso adequado à educação.
A dislexia pode ser identificada a partir dos primeiros anos escolares, entre os 6 e 7 anos, quando a criança inicia o processo formal de alfabetização. Quanto mais cedo for feita a identificação, melhor será a adaptação das estratégias pedagógicas para minimizar os impactos no aprendizado e na autoestima do indivíduo.
Além disso, o diagnóstico da dislexia deve ser feito por uma equipe multidisciplinar composta por psicopedagogos, fonoaudiólogos, neuropsicólogos e, em alguns casos, neurologistas ou psiquiatras especializados em transtornos de aprendizagem.
Segundo alguns estudos, cerca de 40% das crianças com dificuldades na leitura não recebem o suporte adequado, o que reforça a importância do diagnóstico precoce e da intervenção especializada.
Além do suporte clínico, é essencial que pais e educadores estejam atentos aos sinais da dislexia e busquem apoio especializado para garantir um acompanhamento adequado e estratégias pedagógicas eficazes para o desenvolvimento da leitura e escrita.
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