O que é a política econômica

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A política econômica desempenha um papel central na estabilidade financeira e no crescimento de um país. Suas diretrizes afetam desde o poder de compra da população até a competitividade do mercado, influenciando diretamente a inflação, os investimentos e o emprego. Cada decisão tomada pelo governo reflete na economia de curto e longo prazo, impactando diversos setores da sociedade.

Em 2024, a dívida pública brasileira ultrapassou R$ 9 trilhões pela primeira vez, de acordo com o portal CNN Brasil. Esse aumento está ligado a fatores como aumento de despesas obrigatórias, necessidade de financiamentos e oscilações na arrecadação. O crescimento da dívida pública exige um equilíbrio entre controle fiscal e políticas que estimulem o desenvolvimento econômico sem comprometer a sustentabilidade financeira do país.

Neste texto, vamos explorar como a política econômica influencia diferentes aspectos da economia, os instrumentos utilizados pelo governo para gerenciar crises e estimular o crescimento, além das abordagens adotadas por outros países.

O que é política econômica?   

Para compreender o conceito de política econômica, é essencial, primeiramente, definir os termos política e economia separadamente.

Política refere-se às atividades relacionadas à organização, direção e administração de nações ou Estados. Envolve a tomada de decisões que afetam o conjunto da sociedade, estabelecendo diretrizes e normas para o convívio social e o funcionamento das instituições.

Economia, por sua vez, é a ciência que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Analisa como os indivíduos e sociedades utilizam recursos escassos para satisfazer necessidades e desejos ilimitados, buscando compreender os processos de geração de riqueza e bem-estar.

Dessa forma, política econômica consiste no conjunto de estratégias e ações adotadas pelo governo para influenciar a economia de um país. Essas políticas visam regular e direcionar a atividade econômica, buscando alcançar objetivos como crescimento econômico, controle da inflação, geração de empregos e equilíbrio nas contas públicas.

De acordo com o portal JusBrasil, a política econômica é a intervenção do Estado na economia para atender às necessidades econômicas da sociedade.

Qual a importância da política econômica?

A política econômica influencia o crescimento econômico, o controle da inflação, a geração de empregos e o equilíbrio das contas públicas. Suas diretrizes afetam diretamente empresas, investidores e consumidores, determinando o poder de compra da população e a competitividade do mercado.

Uma política econômica bem estruturada permite enfrentar crises financeiras, reduzir desigualdades sociais e criar um ambiente favorável para o investimento e a inovação. Sem um planejamento adequado, a economia pode sofrer com recessões, desemprego elevado e perda de confiança dos agentes econômicos.

Portanto, o governo deve adotar medidas eficazes para garantir um cenário econômico estável e sustentável, promovendo o bem-estar da sociedade.

Entenda os objetivos da política econômica

Os principais objetivos da política econômica são obter altos níveis de emprego, reduzir a inflação, estimular o crescimento do PIB e promover a estabilidade econômica.

Essas metas são essenciais para garantir um ambiente econômico saudável, que beneficie tanto empresas quanto cidadãos. Para alcançá-las, os governos adotam estratégias que controlam variáveis como a oferta de moeda, os investimentos, o consumo e os preços.

O controle da inflação, por exemplo, é necessário para evitar perdas no poder de compra da população e garantir previsibilidade para o setor produtivo. Já o crescimento do PIB está diretamente ligado ao desenvolvimento econômico, pois reflete a expansão da produção e do consumo no país. O emprego elevado é um indicativo de uma economia aquecida, enquanto a estabilidade econômica evita crises que possam comprometer o bem-estar social e o funcionamento dos mercados.

Instrumentos da política econômica: confira quais são e suas finalidades 

Para atingir os objetivos mencionados anteriormente, os governos utilizam diferentes instrumentos econômicos que regulam o mercado, incentivam ou restringem a atividade produtiva e influenciam o comportamento dos agentes econômicos.

Entre os principais instrumentos da política econômica estão a taxa de juros, a política cambial, a política fiscal e a política de rendas. O Banco Central, por sua vez, tem um papel fundamental na condução dessas estratégias. Confira!

Taxas de juros

A taxa de juros é um dos principais instrumentos da política monetária, utilizada para controlar a oferta de dinheiro na economia. Quando o governo aumenta a taxa de juros, o crédito fica mais caro, desestimulando o consumo e os investimentos, o que ajuda a conter a inflação.

Por outro lado, quando a taxa de juros é reduzida, os empréstimos se tornam mais acessíveis, incentivando a expansão da economia. Esse equilíbrio é essencial para evitar recessões ou descontrole inflacionário.

Política cambial    

A política cambial regula o valor da moeda nacional em relação a outras moedas estrangeiras. Quando um governo adota medidas para desvalorizar sua moeda, as exportações se tornam mais competitivas, favorecendo a indústria nacional.

Já a valorização da moeda pode reduzir os preços dos produtos importados, ajudando no controle da inflação. Dessa forma, a política cambial tem um impacto direto na balança comercial do país e no crescimento do PIB.

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Política fiscal

A política fiscal envolve a gestão dos gastos públicos e da arrecadação de impostos. Se o governo deseja estimular a economia, pode reduzir impostos e aumentar os investimentos em infraestrutura e programas sociais, gerando mais empregos e incentivando o consumo.

Por outro lado, se o objetivo for conter a inflação ou equilibrar as contas públicas, medidas como a redução dos gastos governamentais ou o aumento da tributação podem ser aplicadas. O desafio está em manter um equilíbrio para garantir o desenvolvimento sem comprometer a sustentabilidade fiscal.

Política de rendas

A política de rendas tem como foco o controle de salários e preços. Em momentos de alta inflação, o governo pode intervir limitando reajustes salariais ou impondo tabelamentos de preços para evitar descontrole nos custos dos produtos e serviços. Essa política também pode ser usada para estimular o consumo, garantindo aumentos salariais compatíveis com a produtividade da economia.

No entanto, sua aplicação deve ser cautelosa para evitar distorções no mercado e impactos negativos sobre a competitividade das empresas.

Banco central

O Banco Central desempenha um papel fundamental na política econômica, sendo responsável por conduzir a política monetária e garantir a estabilidade financeira do país.

Desde 2021, o Banco Central brasileiro se tornou autônomo, o que significa que suas decisões não estão diretamente subordinadas ao governo (fonte: Senado Notícias). Sua principal função é controlar a inflação por meio da definição da taxa de juros básica da economia (Selic) e da regulação do sistema bancário.

Apesar dessa autonomia, há debates sobre a necessidade de alinhamento entre a política monetária, conduzida pelo Banco Central, e a política fiscal, que é responsabilidade do governo. Quando essas políticas não atuam de forma coordenada, podem surgir conflitos que afetam o crescimento econômico e a estabilidade do país.

Com esses instrumentos, a política econômica busca equilibrar diferentes interesses e desafios, garantindo um ambiente econômico sustentável e favorável ao desenvolvimento do país.

Tipos de política econômica adotadas no mundo

Os países adotam diferentes modelos de política econômica de acordo com suas condições sociais, históricas e estruturais. Em geral, as abordagens podem ser classificadas em liberais e intervencionistas, cada uma com estratégias distintas para regular o mercado e impulsionar o crescimento econômico.

Política econômica liberal e intervencionista

Conforme orienta o portal Brasil Escola, a política econômica liberal baseia-se na mínima intervenção do Estado na economia, defendendo a livre concorrência, a redução de impostos e a desregulamentação dos mercados. Esse modelo é amplamente adotado em países como os Estados Unidos e o Reino Unido, onde o setor privado tem grande autonomia para impulsionar a economia.

Já a política intervencionista propõe uma participação mais ativa do governo na economia, com regulação de preços, investimentos estatais e controle sobre setores estratégicos. Exemplos incluem os países escandinavos, como Suécia e Noruega, que utilizam altas cargas tributárias para financiar serviços públicos e reduzir desigualdades sociais.

Exemplos de políticas econômicas bem-sucedidas no mundo

Diversos países conseguiram impulsionar suas economias adotando estratégias específicas. Na China, o modelo de economia mista, que combina o planejamento estatal com incentivos ao setor privado, permitiu um crescimento econômico acelerado nas últimas décadas.

Outro caso é a Alemanha, que equilibra princípios do liberalismo com forte proteção ao trabalhador e investimentos em tecnologia e educação, tornando-se a terceira maior economia do mundo (fonte: portal Euro News). No Brasil, políticas econômicas bem-sucedidas incluíram o Plano Real (1994), que estabilizou a inflação e trouxe previsibilidade ao mercado.

Esses exemplos mostram como diferentes abordagens podem ser eficazes quando adaptadas às realidades de cada país.

Qual a política econômica que um governo deve adotar?

Não existe um único modelo de política econômica ideal, pois cada país adota estratégias conforme sua realidade social, estrutural e histórica. As decisões econômicas variam de acordo com fatores como nível de desenvolvimento, disponibilidade de recursos naturais, capacidade produtiva e estabilidade política.

Países desenvolvidos costumam priorizar políticas de estabilidade fiscal e controle da inflação, enquanto economias emergentes podem adotar medidas expansionistas para estimular o crescimento.

Além disso, a conjuntura global influencia essas escolhas: em tempos de crise, muitos governos ampliam gastos públicos e reduzem juros para reaquecer a economia, enquanto em períodos de crescimento, buscam maior austeridade para evitar déficits excessivos.

Outro fator relevante é a cultura econômica de cada nação. Países da Escandinávia, por exemplo, combinam alta carga tributária com forte rede de proteção social, enquanto os EUA favorecem um modelo liberal de baixa intervenção estatal. Assim, a política econômica ideal depende do contexto de cada país e de seus objetivos estratégicos.

Que tipo de política econômica o Brasil está adotando atualmente?

​Atualmente, a economia brasileira busca equilibrar o crescimento do país com a responsabilidade fiscal. O governo implementa medidas para estimular a economia, como investimentos em infraestrutura e programas sociais, ao mesmo tempo em que tenta manter as contas públicas sob controle.

Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil atingiu US$ 2,179 trilhões, representando 2% da economia global. Esse resultado posicionou o país como a 10ª maior economia do mundo, uma queda em relação a 2023, quando ocupava a 9ª posição. Essa mudança reflete desafios econômicos internos e a performance de outras nações no período (fonte: portal Exame).

O governo enfrenta desafios fiscais significativos. Segundo o portal Agência Brasil atual arcabouço fiscal, estabelecido em 2023, permite um crescimento de despesas de até 2,5% acima da inflação. No entanto, projeções indicam que, sem reformas estruturais, esse modelo se tornará insustentável até 2027, devido ao aumento de despesas obrigatórias, como pagamentos judiciais.

Para enfrentar esses desafios, o governo deverá adotar medidas que garantam maior controle sobre os gastos públicos e ampliem a arrecadação sem comprometer o crescimento econômico. Entre as estratégias possíveis, estão ajustes na carga tributária, revisão de incentivos fiscais e reformas que possam reduzir despesas a longo prazo.

O equilíbrio entre política monetária e fiscal também será essencial para manter a estabilidade econômica, evitar aumentos expressivos da dívida pública e preservar a confiança dos investidores.

Essas iniciativas refletem os esforços do governo brasileiro em buscar um equilíbrio entre o estímulo ao crescimento econômico e a manutenção da responsabilidade fiscal, visando assegurar a sustentabilidade econômica a longo prazo.

Entenda mais sobre política econômica no Podcast Dom Universitário!

O episódio 53 do podcast Dom Universitário explora o tema da política econômica, abordando os principais objetivos dessa estratégia governamental e seu impacto no crescimento da economia e na geração de empregos. Para aprofundar a discussão, o episódio conta com a participação do professor Ciro Burgos, especialista na área.

Sobre o participante

O professor Ciro Burgos é economista e coordenador dos cursos de Ciências Econômicas, Empreendedorismo e Logística. Com vasta experiência acadêmica e prática, ele explica como os agentes governamentais implementam a política econômica e quais são seus principais desafios.

Confira o episódio completo no Spotify e no YouTube!

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