Conselhos profissionais: o que são e como funcionam

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Conselhos profissionais, associações e sindicatos: você sabe qual é a diferença? Muitas vezes, esses termos são usados de forma intercambiável, o que pode gerar confusão sobre suas verdadeiras funções. Cada um tem um papel distinto e essencial na vida profissional dos trabalhadores de diversas áreas.

Existem mais de 32 sistemas de Conselhos Profissionais no Brasil, todos estruturados por meio de um Conselho Federal e seus respectivos Conselhos Regionais, presentes em todas as unidades federativas, incluindo o Distrito Federal (fonte: portal Jus Brasil). Essas entidades desempenham um papel vital na organização e regulamentação de diversas profissões, garantindo a qualificação, fiscalização e ética no exercício profissional.

Para entender melhor o papel dos conselhos e suas diferenças em relação às associações e sindicatos, vamos explorar este tema com mais profundidade no post de hoje.

O que são conselhos profissionais?

Conforme orienta o portal Indeed, os conselhos profissionais são instituições responsáveis por regular, controlar e fiscalizar o exercício de determinadas profissões que exigem qualificação técnica.

Ao contrário de associações e sindicatos, os conselhos são autarquias especiais, formadas por membros da própria profissão, com o objetivo de garantir que os profissionais cumpram normas éticas e técnicas. Para atuar em profissões regulamentadas, como advocacia ou medicina, é necessário obter registro no conselho correspondente.

Esses conselhos possuem diretorias democraticamente eleitas por seus membros e têm como funções principais o registro, fiscalização e a disciplina das profissões regulamentadas. Além disso, os conselhos criam resoluções que definem padrões e regras para o exercício profissional.

A fiscalização dessas atividades é delegada pela União e, para cada profissão regulamentada, é criado um Conselho Federal, geralmente sediado em Brasília, responsável por coordenar as ações dos Conselhos Regionais, presentes em todos os estados. O controle contábil e financeiro dessas entidades é feito pelo Tribunal de Contas da União, conforme o inciso II do artigo 71 da Constituição Federal.

Conselhos profissionais são fundamentais para proteger tanto os profissionais quanto o público, garantindo que as profissões sejam exercidas com competência e dentro da lei. Eles regulam profissões que lidam com questões técnicas e de grande impacto na sociedade, assegurando um padrão de qualidade e ética.

Qual é a importância dos conselhos profissionais?

Como já mencionado, os conselhos profissionais desempenham um papel importante na sociedade, promovendo e regulamentando a prática de forma ética e qualificada de diversas profissões. Veja algumas das razões pelas quais os conselhos profissionais são tão importantes:

  • Padrões éticos e profissionais: Eles estabelecem padrões éticos e profissionais que visam garantir que os profissionais exerçam suas atividades de maneira ética, transparente e responsável. São esses padrões que ajudam a manter a integridade de cada profissão.
  • Qualificação e competência: Os conselhos são quem definem critérios de qualificação e competência para a prática profissional. É por meio disso que assegura que os profissionais tenham a educação, formação e experiência necessárias para desempenhar suas funções de maneira eficaz.
  • Proteção do público: Ao estabelecerem padrões e regulamentações, os conselhos visam proteger o público de práticas inadequadas, negligência ou comportamento antiético por parte dos profissionais. 
  • Resolução de conflitos: Para contribuir de maneira justa e imparcial na resolução de conflitos entre profissionais e clientes, os conselhos podem atuar como moderadores.
  • Atualização e desenvolvimento profissional: Muitos conselhos, além de exigir que os profissionais continuem a se atualizar ao longo de suas carreiras, também promovem cursos e um ambiente que propicie esse desenvolvimento.
  • Código de conduta: Os códigos de conduta que os profissionais devem seguir, que são formulados pelos conselhos, promovem a responsabilidade e a prestação de contas. O que colabora na construção da confiança do público nas profissões regulamentadas.
  • Licenciamento e registro: Muitos conselhos, como já citado, possuem a responsabilidade de emitir licenças e manter registros de profissionais qualificados. Isso garante que apenas os que atendem aos requisitos necessários possam exercer a profissão.
  • Desenvolvimento e promoção da profissão: Os conselhos devem desempenhar um papel ativo no desenvolvimento e promoção contínua da profissão. Isso inclui a defesa dos interesses da profissão, a participação em iniciativas de pesquisa e a promoção de boas práticas.

Qual a diferença entre conselhos profissionais, associações e sindicatos?

Ao longo da vida profissional, é comum ouvir falar sobre conselhos profissionais, associações e sindicatos. Embora pareçam similares, cada uma dessas entidades tem funções específicas que influenciam diretamente a atuação de trabalhadores de diversas áreas. Compreender as diferenças entre elas é essencial para entender como cada uma pode impactar sua carreira e seus direitos:

Conselhos profissionais

Os conselhos profissionais têm a função de regulamentar, fiscalizar e disciplinar profissões que exigem qualificação técnica. Eles garantem que os profissionais sigam normas éticas e de qualidade, sendo responsáveis pelo registro dos trabalhadores e pela supervisão do exercício legal da profissão. Exemplos incluem o Conselho Federal de Medicina e a Ordem dos Advogados do Brasil.

Associações

Associações são entidades criadas para promover o desenvolvimento de determinada profissão, valorizando e divulgando suas práticas. Diferente dos conselhos, elas não possuem função regulatória, mas sim de aprimoramento e promoção de oportunidades de crescimento. Um exemplo é a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Sindicatos

Os sindicatos, por sua vez, representam os interesses coletivos dos trabalhadores ou empresas de um setor, tanto no campo judicial quanto extrajudicial. Eles lutam por melhores condições de trabalho, salários justos e direitos trabalhistas. Um exemplo é o Sindicato dos Professores.

Entenda mais sobre a legislação dos conselhos profissionais

Os Conselhos Profissionais no Brasil são regulamentados por diversas leis específicas, cada uma destinada a regular uma determinada categoria profissional. Essas legislações criam os conselhos, tanto em nível federal quanto regional, e estabelecem as normas para o exercício das profissões regulamentadas. Por exemplo:

Um exemplo é o Conselho Federal de Medicina (CFM), criado pela Lei nº 3.268/1957, que regula a profissão de médico. Já o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) foi instituído pela Lei nº 5.905/1973, responsável pela regulamentação dos enfermeiros e técnicos de enfermagem.

O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) e os Conselhos Regionais de Engenharia (CREAs) foram estabelecidos pela Lei nº 5.194/1966, para regulamentar profissões como engenheiros e arquitetos. No setor contábil, o Decreto-Lei nº 9.295/1946 criou o Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

Outros conselhos incluem o Conselho Federal de Psicologia (CFP), instituído pela Lei nº 5.766/1971, e o Conselho Federal de Administração (CFA), criado pela Lei nº 4.769/1965.

Como os conselhos profissionais influenciam o mercado de trabalho?

Além de uma boa graduação, o profissional precisa estar registrado em seu respectivo conselho profissional e cumprir com suas obrigações legais para atuar de forma regular no mercado de trabalho. Os conselhos profissionais garantem que os trabalhadores estejam devidamente qualificados, regulando o acesso e o exercício de profissões que exigem uma alta responsabilidade técnica.

De acordo com o portal G1, um dos principais impactos dos conselhos no mercado de trabalho é afiscalização da prática profissional. Ao estabelecer critérios claros para a atuação, como a exigência de formação adequada, experiência comprovada e registro profissional, os conselhos garantem que apenas aqueles qualificados possam exercer determinadas funções. Isso aumenta a confiabilidade e a credibilidade das profissões regulamentadas, beneficiando o mercado como um todo.

Os conselhos profissionais também contribuem para a valorização das carreiras. Ao estabelecer padrões de excelência e promover o aperfeiçoamento contínuo dos profissionais, essas entidades ajudam a elevar o nível das práticas em suas áreas. Muitos conselhos oferecem cursos, seminários e programas de capacitação, incentivando o desenvolvimento constante dos profissionais e criando um ambiente competitivo e qualificado.

Outro aspecto importante, já mencionado brevemente, é a proteção do público. Ao regulamentar o exercício de profissões que impactam diretamente a sociedade, como medicina, engenharia e direito, os conselhos asseguram que a população receba serviços de qualidade. Isso cria um mercado de trabalho mais confiável e ético, onde a oferta de mão de obra qualificada é acompanhada pela confiança e segurança dos consumidores.

Conselhos profissionais no combate à prática ilegal de profissões

Os conselhos profissionais têm um papel importante na repressão à prática ilegal de profissões, atuando por meio de ações preventivas e punitivas que garantem a regularidade do exercício profissional. Essas ações são fundamentais para manter a qualidade dos serviços prestados e proteger a sociedade contra profissionais não qualificados.

Ações preventivas

Entre as principais iniciativas dos conselhos estão as ações preventivas, que buscam informar e educar tanto os profissionais quanto o público. Essas ações incluem campanhas de conscientização, orientando sobre a necessidade de registro para o exercício profissional e os riscos de contratar profissionais não regulamentados. Além disso, os conselhos promovem eventos e palestras que reforçam a importância da atuação ética e qualificada.

Fiscalização e auditorias

Os conselhos também realizam fiscalizações periódicas e auditorias nas atividades profissionais. Essas ações são executadas por equipes especializadas que verificam o cumprimento das normas estabelecidas para cada profissão. Em casos de suspeita de irregularidades, o conselho pode abrir uma investigação para apurar a legalidade das atividades exercidas.

Penalidade para profissionais irregulares

Quando identificados, os profissionais irregulares estão sujeitos a penalidades que variam de acordo com a gravidade da infração. Entre as penalidades mais comuns estão:

  • Advertências para infrações leves;
  • Multas aplicadas em casos de irregularidades mais sérias;
  • Suspensão temporária do exercício profissional;
  • Cassação definitiva do registro em casos de reincidência ou infrações graves.

Essas medidas garantem um mercado de trabalho mais seguro e confiável, onde os profissionais registrados atuam com base em padrões éticos e técnicos, evitando a concorrência desleal com aqueles que atuam de forma ilegal.

Como funciona o processo de registro em um conselho profissional?

O registro em um conselho profissional é um passo obrigatório para quem deseja exercer uma profissão regulamentada no Brasil. Sem ele, o profissional não pode atuar legalmente, o que pode resultar em penalidades. O processo é relativamente simples, mas exige atenção a algumas etapas e documentos essenciais.

Documentação necessária para inscrição

O primeiro passo para se registrar em um conselho profissional é reunir toda a documentação exigida. A lista de documentos pode variar de acordo com a profissão, mas, geralmente, os seguintes itens são solicitados:

  • Diploma: É necessário apresentar o diploma ou certificado de conclusão do curso, que comprova a formação profissional.
  • Documento de identidade: RG, CPF ou outro documento oficial com foto.
  • Comprovante de residência: Para confirmar o endereço do profissional.
  • Foto 3×4: Algumas vezes, o conselho pede fotos para o cadastro.
  • Comprovante de pagamento da taxa de inscrição: O registro em um conselho profissional envolve uma taxa que deve ser paga no momento da inscrição.

Dependendo do conselho, pode ser solicitado um currículo atualizado, certidões negativas criminaisecomprovantes de experiência profissional, caso o conselho tenha exigências específicas para atuação.

Passo a passo para obtenção de registro

Agora que você reuniu todos os documentos necessários, vamos ao passo a passo para obter o registro no conselho profissional de sua área:

  • Acesse o site do conselho: A maioria dos conselhos profissionais possui um site onde o processo de registro pode ser iniciado online. Lá, você encontrará todas as informações detalhadas sobre a inscrição.
  • Preencha o formulário de inscrição: No site, você precisará preencher um formulário com seus dados pessoais, profissionais e acadêmicos. Certifique-se de fornecer todas as informações corretamente.
  • Envie os documentos solicitados: Alguns conselhos aceitam a entrega dos documentos de forma digital. Caso contrário, você precisará entregá-los presencialmente na sede ou nas regionais do conselho.
  • Pague a taxa de inscrição: Após o envio dos documentos, será gerado um boleto para o pagamento da taxa de registro. O valor varia de acordo com a profissão e o conselho.
  • Aguarde a análise: O conselho avaliará sua inscrição e a documentação enviada. Esse processo pode levar algumas semanas, dependendo da demanda do conselho.
  • Receba o registro: Se tudo estiver correto, você receberá o número de registro profissional, que permitirá atuar legalmente na sua profissão. Em alguns casos, o conselho também emite uma carteirinha de identificação profissional.

Seguindo esses passos, você estará apto a exercer sua profissão de forma regulamentada e com todas as garantias legais oferecidas pelo conselho profissional.

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