Vício em jogos online: o que os profissionais de saúde precisam saber?

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O vício em jogos online vem se tornando uma preocupação cada vez mais alarmante no Brasil, impactando diretamente a vida pessoal e profissional de muitos. Segundo o portal G1, empresas já relatam funcionários pedindo adiantamento salarial para cobrir dívidas acumuladas com jogos.

Esse problema vai além das finanças: o número de afastamentos do trabalho devido à dependência de jogos digitais aumentou 360%, conforme aponta o Ministério da Previdência Social (fonte: portal SBT News). Esses números evidenciam como essa questão ultrapassa o simples entretenimento, afetando profundamente a saúde e o bem-estar de milhares de pessoas.

Para compreender melhor o tema, no post de hoje vamos explorar as consequências do vício em jogos online, seus sintomas, como ele afeta a saúde mental e o que os profissionais de saúde precisam saber sobre essa dependência.

Panorama geral sobre o vício em jogos online no Brasil

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, estima-se que cerca de dois milhões de brasileiros sofrem com a dependência de jogos, revelando a amplitude do problema no país (fonte:  portal Agência Brasil).

O avanço da tecnologia e a facilidade de acesso a dispositivos conectados, como smartphones, contribuíram para a expansão dos jogos online, que muitas vezes incentivam o comportamento viciante com recompensas rápidas e desafios constantes. Esses fatores tornam o vício em jogos uma preocupação crescente, exigindo atenção de profissionais de saúde e políticas públicas focadas na prevenção e tratamento.

O que o vício em jogos online pode causar?

O vício em jogos online pode trazer uma série de consequências negativas para a saúde mental e o bem-estar dos indivíduos. Conforme orienta o portal Veja, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu, na sua última revisão do manual de classificação de doenças, que a compulsão por jogos virtuais é considerada um transtorno de saúde mental.

Esse vício pode causar problemas financeiros, com jogadores investindo grandes quantias em compras virtuais, resultando em falência ou dívidas. As relações pessoais também são afetadas, levando ao isolamento social e ao afastamento de responsabilidades. Esse ciclo de compulsão pode gerar impactos profundos, ultrapassando o entretenimento e, em casos extremos, resultando em consequências ainda mais sérias, como o suicídio.

Quais são os sintomas de uma pessoa viciada em jogos online?

O vício em jogos online afeta o bem-estar físico e mental, assim como a dependência de álcool e drogas. Os principais sinais incluem:

  • Dedicação excessiva: Longas horas jogando, negligenciando responsabilidades.
  • Necessidade crescente: O jogador precisa passar mais tempo jogando para se sentir satisfeito, buscando atender a necessidades mais elevadas de realização pessoal e autoestima.
  • Dificuldade de concentração: A mente está sempre focada no próximo jogo.
  • Descontrole emocional: Irritação e frustração frequentes durante as partidas.
  • Isolamento social: Afastamento de amigos e familiares.
  • Problemas financeiros: Gastos excessivos com itens virtuais ou apostas, gerando dívidas e impactando significativamente a gestão financeira.
  • Ansiedade ao não jogar: Sentir nervosismo ou desconforto quando longe do jogo.

Como se chama a pessoa que é viciada em jogo?

O vício é um comportamento compulsivo no qual a pessoa continua a realizar uma atividade, mesmo quando esta traz consequências negativas para sua vida. Ao contrário de um simples hábito, o vício interfere diretamente nas relações pessoais, profissionais e na saúde do indivíduo, tornando-se uma doença que requer atenção e tratamento.

Segundo a Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP), o vício em jogos é classificado pelos CID-10-Z72.6 (mania de jogo e apostas) e CID-10-F63.0 (jogo patológico). Esse tipo de vício é chamado de ludopatia, uma doença que vai além do simples desejo de jogar e envolve uma incapacidade de controlar o impulso de continuar jogando.

A ludopatia afeta o comportamento e o bem-estar mental dos indivíduos, tornando-os propensos a desenvolver ou agravar outros transtornos psicológicos. Por isso, a identificação e o tratamento são essenciais para ajudar a pessoa a retomar o controle sobre suas ações e minimizar os impactos negativos causados pela compulsão.

Como identificar ludopatia?

Além dos sintomas de uma pessoa viciada em jogos já relatados anteriormente, a ludopatia também se manifesta por meio de outros sinais.

Um dos sinais mais comuns é a necessidade de aumentar gradualmente o valor das apostas para sentir a mesma emoção. Além disso, a pessoa pode sentir irritação quando precisa interromper o jogo e tem dificuldade em se afastar dele por longos períodos.

Outro sinal é jogar para aliviar sentimentos de angústia ou frustração, além de pensar constantemente no jogo. Jogadores patológicos frequentemente tentam recuperar perdas, insistindo em continuar até “ficar quite”, e, muitas vezes, mentem sobre seus hábitos de jogo para evitar julgamentos.

Como se livrar do vício em jogos online?

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O vício em jogos online deve ser tratado como uma doença, exigindo acompanhamento profissional para uma recuperação eficaz. Segundo o portal TecMundo, o reconhecimento do problema é o primeiro passo. O tratamento geralmente envolve acompanhamento com psicólogos ou psiquiatras, que ajudam o indivíduo a identificar e modificar os padrões de comportamento compulsivo.

Também pode ser necessário o uso de medicamentos em casos mais graves, sempre sob orientação médica. Estabelecer limites claros para o tempo de jogo, evitar ambientes que incentivem essa prática e contar com o apoio de familiares e amigos são fundamentais para o sucesso do tratamento e a prevenção de recaídas.

O que os profissionais de saúde precisam saber sobre o vício em jogos online?

O Brasil é um país que ainda não conta com dados atualizados nem com serviços especializados para lidar com o vício em jogos de azar e jogos online, conforme orienta o portal Uol. A tendência é que o número de pessoas afetadas por esse tipo de dependência continue a crescer, enquanto o sistema de saúde brasileiro permanece despreparado para oferecer o suporte necessário.

Para isso, é preciso que os profissionais da saúde estejam preparados para lidar com os impactos do vício em jogos online, que pode se manifestar de maneiras complexas. Eles devem estar atentos aos sinais de dependência e ao comportamento compulsivo dos pacientes, oferecendo apoio multidisciplinar.

Isso envolve o uso de abordagens terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental, para ajudar o paciente a reconhecer e mudar seus padrões de comportamento.

Além disso, é fundamental que os profissionais estejam atualizados sobre os novos desafios trazidos pelo avanço da tecnologia e dos jogos online, criando um ambiente de acolhimento para tratar as causas emocionais subjacentes do vício e prevenir recaídas. A orientação contínua é essencial para fortalecer o bem-estar mental e social dos pacientes.

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