O cérebro humano possui um funcionamento complexo e fascinante, capaz de realizar uma variedade de funções cognitivas, entre as quais o aprendizado ocupa uma posição central.
Compreender como aprendemos é crucial não só para educadores e estudantes, mas também para qualquer pessoa interessada em melhorar sua capacidade de absorver e reter informações.
Por exemplo, uma pesquisa publicada no European Journal of Social Psychology examinou o tempo necessário para formar hábitos no dia a dia, ao estudar como as pessoas automatizam uma ação ao longo de 12 semanas. Intitulada “How habits are formed: modelling habit formation in the real world” (ou “Como os hábitos são formados: modelando a formação de hábitos no mundo real”), a pesquisa revelou que, para alcançar 95% de automaticidade, leva-se entre 18 e 254 dias para memorizar um hábito. Em média, uma pessoa se adaptou a uma nova ação após 66 dias, com a complexidade do hábito afetando a duração necessária para adquiri-lo (fonte: National Geographic).
Para compreender mais sobre este tema, no post de hoje vamos entender como o cérebro aprende e explicar o processo da Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser, que sugere diferentes níveis de retenção de conhecimento conforme a metodologia empregada no ensino.
O cérebro e o aprendizado
É importante entender algumas noções básicas sobre como o cérebro aprende. O aprendizado envolve a alteração da estrutura e função do cérebro através de um processo conhecido como neuroplasticidade.
De acordo com o portal Porvir, essa plasticidade neural ocorre quando os neurônios, que são as células cerebrais, se comunicam entre si através de sinapses. A repetição de certas atividades ou pensamentos leva ao fortalecimento dessas conexões sinápticas, o que facilita a retenção e recuperação de informações.
Vale ressaltar que a neuroplasticidade não é apenas uma característica da infância; o cérebro adulto também retém uma notável capacidade de se reorganizar e formar novas conexões neurais em resposta a novas informações ou estímulos.
Obviamente que na infância é mais rápido e fácil aprender determinados assuntos do que na fase adulta, mas essa capacidade do cérebro se adaptar a novos estímulos se torna crucial para pessoas que sonham em se graduar ou se especializar em alguma área.
Dessa forma, educadores e alunos podem se beneficiar ao entender como o cérebro aprende, integrando estratégias de ensino e aprendizagem para maximizar o potencial de aprendizado.
Influência das emoções e do sono no aprendizado
As emoções desempenham um papel vital no aprendizado, pois podem intensificar a retenção de memórias e facilitar a absorção de novas informações. Isso acontece porque a ativação emocional estimula áreas do cérebro, como o hipocampo, essenciais para consolidar memórias (fonte: Com Ciência).
Sendo assim, integrar conteúdo emocionalmente relevante no ensino pode melhorar significativamente a aprendizagem.
Além disso, o sono é crucial para consolidar o que aprendemos. Durante o sono, especialmente nas fases de movimento rápido dos olhos (REM), o cérebro reorganiza informações, conectando novas aprendizagens a conhecimentos prévios, o que não só protege as novas informações de serem esquecidas, mas também ajuda na compreensão e aplicação futura.
A Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser
Após entender como o cérebro aprende, bem como o impacto significativo das emoções e do sono na retenção de conhecimento, é essencial aprofundar nossa compreensão sobre as metodologias de ensino eficazes.
Desenvolvida inicialmente por Edgar Dale nos anos 1960 e posteriormente adaptada por William Glasser, a Pirâmide de Aprendizagem é uma representação visual que demonstra os diferentes níveis de retenção de conhecimento esperados a partir de vários métodos de ensino (fonte: Sebrae).
Segundo essa teoria, os métodos que envolvem maior participação ativa do aluno tendem a resultar em uma maior retenção de conhecimento, tornando-se uma ferramenta pedagógica muito útil no ensino brasileiro.
De acordo com a pirâmide, os métodos de aprendizagem passiva são os menos eficientes. Quando os alunos se limitam a ler material por conta própria, a retenção de conhecimento é de apenas 10%.
Esse número cresce um pouco, para 20%, quando a informação é recebida auditivamente, como em uma palestra ou aula tradicional. Observar uma demonstração aumenta a retenção para cerca de 30%, mas ainda é considerado baixo em termos de eficácia educacional.
Como já abordado anteriormente, a aprendizagem começa a se tornar mais efetiva quando os métodos envolvem maior interação e engajamento do aluno. Discussões em grupo podem elevar a retenção para 70%, já que os alunos têm a oportunidade de trocar ideias, esclarecer dúvidas e reforçar o aprendizado através do diálogo.
Já a prática do que foi aprendido, como em exercícios práticos ou simulações, pode resultar em uma taxa de retenção de até 80%, reforçando a importância da aplicação prática do conhecimento.
O ápice da eficácia de aprendizagem, com uma taxa de retenção de até 95%, ocorre quando os alunos ensinam o conteúdo a outros ou aplicam o conhecimento em situações reais. Isso ressalta que a valorização da experiência direta e a utilização imediata do aprendizado são formas supremas de consolidar o conhecimento.
Dessa forma, estimular os estudantes a se engajarem de diferentes formas com o conteúdo ensinado aumenta significativamente a retenção de informação, fazendo com que o cérebro aprenda de maneira mais rápida.
Como aprender em cada nível de aprendizagem?
Na Pirâmide de Aprendizagem de Glasser vimos que as principais habilidades cognitivas para aprendizagem são: ler, ouvir, debater, praticar e ensinar. Sendo que cada uma dessas habilidades estimula o cérebro de maneiras diversas, influenciando diretamente na capacidade de retenção do aprendizado.
Confira agora como intensificar a aprendizagem de acordo com cada nível (fonte: Saraiva Educação):
Ler
No nível de ler, é essencial envolver ativamente o cérebro no processo de aprendizagem. Para isso, é recomendável fazer anotações enquanto lê, sublinhar pontos chave e resumir cada seção lida. Esta prática ajuda o cérebro a engajar-se mais profundamente com o material e facilita a retenção de informações.
Ouvir
Quando ouvimos, devemos minimizar distrações externas para que o cérebro possa focar exclusivamente no áudio. Repetir em voz alta o que foi ouvido ou explicar para outra pessoa são técnicas que estimulam o cérebro a consolidar a informação ouvida.
Ver
Ao aprender pelo método de ver, o cérebro pode ser estimulado através da integração de recursos visuais, como diagramas, gráficos e vídeos. Esses elementos ajudam a criar uma representação visual do conhecimento, tornando a compreensão mais concreta e menos abstrata.
Debater
Debater com outros é uma maneira poderosa de reforçar o aprendizado, pois o cérebro é desafiado a pensar criticamente e a reformular suas ideias. Participar de discussões em grupo ou fóruns online pode proporcionar insights valiosos e diferentes perspectivas que enriquecem o entendimento.
Praticar
Praticar o que foi aprendido, colocando em ação os conhecimentos adquiridos, é fundamental. O cérebro se beneficia enormemente da experiência prática, seja através de exercícios, simulações ou implementação real de conceitos. Isso não apenas solidifica o aprendizado, mas também ajuda a identificar áreas que precisam de mais atenção.
Ensinar
Por último, ensinar outras pessoas é uma técnica que engaja o cérebro em um nível mais alto de processamento cognitivo. Preparar-se para ensinar obriga a organizar o pensamento e a compreender completamente o assunto, garantindo que o cérebro revise e internalize profundamente o conteúdo.
Assim, cada um desses métodos ativa diferentes áreas do cérebro, promovendo uma aprendizagem mais abrangente e duradoura. Ao adotar essas estratégias, os estudantes podem melhorar significativamente sua capacidade de aprender e reter informações.
Pequenos descansos para o cérebro aprender melhor
Quando estamos aprendendo sobre um novo assunto ou habilidades novas, é comum pensarmos que a prática incessante é o caminho, mas pausas curtas durante o estudo ou aprendizado são fundamentais nesse processo.
O portal BBC orienta que durante essas pausas, o cérebro realiza “replays” acelerados da atividade praticada, transformando a memória de curta duração em longa duração. Este processo ocorre quase simultaneamente à prática, sendo crucial para a consolidação do aprendizado.
Além disso, momentos de descanso evitam o cansaço mental e mantêm a concentração e a motivação, acelerando a aquisição de novas competências.
Portanto, a pirâmide de aprendizagem de Glasser, aliada a pequenos descansos, sugere um método eficaz de retenção. A prática ativa com intervalos estratégicos otimiza a consolidação do conhecimento.
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