Você já sentiu desconforto ou até mesmo repulsa ao ver imagens de padrões repetitivos, como pequenos buracos ou agrupamentos de pontos? Esse sentimento pode estar relacionado à tripofobia, uma aversão ou medo que algumas pessoas sentem diante de texturas específicas. Embora não seja reconhecida como uma fobia oficial em manuais médicos, a tripofobia é um fenômeno real e intrigante que desperta debates na ciência e na psicologia. Mas por que esses padrões podem causar tanto incômodo?
Um estudo publicado na Quarterly Journal of Experimental mostrou que as discussões online sobre a tripofobia podem estar parcialmente envolvidas na origem deste fenômeno. Os números mostram que 5% dos indivíduos tripofóbicos nunca tinha ouvido falar da doença, sugerindo que realmente existe algum aspecto da condição que já é parte da pessoa, mas isso não significa que também não exista um elemento de influência do ambiente.
Além disso, o estudo mostrou que os entrevistados têm maior probabilidade de serem tripofóbicos e mais sensíveis a pequenos buracos se já tiverem ouvido falar dessa condição antes, e 64% contam que descobriram o fenômeno na internet ou nas redes sociais (Fonte: Época Negócios).
Para entender mais sobre este assunto, no post de hoje vamos conhecer sobre a tripofobia, suas principais características, sintomas e meios de tratamento.
O que é a tripofobia?
Segundo o Hospital Albert Einstein, a tripofobia é o medo ou desconforto causado por padrões geométricos específicos, como pequenos buracos ou agrupamentos de objetos pequenos (por exemplo, protuberâncias).
As imagens que muitas pessoas com tripofobia acham perturbadoras geralmente incluem padrões como favos de mel, sementes de girassol, buracos em esponjas, ou mesmo padrões repetitivos em pele humana.
O termo “tripofobia” deriva das palavras gregas trýpa (buraco) e phobia (medo).
O que causa a tripofobia?
Embora ainda não esteja inscrita no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), a tripofobia é reconhecida oficialmente por meio de estudos que atestam essa condição.
Os cientistas ainda não entendem completamente sobre o transtorno e suas causas. No entanto, algumas teorias indicam que a tripofobia é proveniente de:
- Associação evolutiva: padrões parecidos com os que causam a tripofobia podem ser vistos em animais perigosos, como insetos venenosos e cobras. Evitar esses padrões pode ser uma forma de proteção contra possíveis perigos.
- Experiências traumáticas: ligar, sem perceber, a imagem de alguns dos padrões a uma lembrança ruim.
- Processamento visual no cérebro: estudos de neuroimagem (técnica para ver e estudar a estrutura e atividade cerebral) mostram que esses padrões podem ativar áreas do cérebro associadas a emoções e ao desgosto.
Quais os sintomas da tripofobia?
O portal Conexa Saúde lista alguns dos sintomas que a pessoa tripofóbica pode sentir. Vamos ver quais são:
- Enjoo;
- Tremores;
- Suor em excesso;
- Nojo;
- Choro intenso;
- Arrepios;
- Fadiga ocular, distorções ou ilusões;
- Desconforto extremo;
- Aumento do ritmo cardíaco;
- Coceira e formigamento generalizados.
Em casos mais graves, a pessoa pode apresentar crises de ansiedade e ataques de pânico desencadeados pela visão de imagens ou objetos que provocam o gatilho do transtorno.

Como é o diagnóstico da tripofobia? Ela possui algum CID?
Como mencionamos anteriormente, a tripofobia, apesar de reconhecida, ainda não possui classificação no DSM. Por isso, não há um protocolo padrão para um diagnóstico formal para essa condição. Entretanto, o Código Internacional de Doenças (CID) pode enquadrar a tripofobia na categoria F402, que diz respeito a fobias específicas (isoladas).
Nos casos em que o indivíduo sente um grande desconforto e medo excessivo desses padrões irregulares, a melhor alternativa é buscar a ajuda de um especialista em saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra, que avalia a situação para propor a abordagem mais adequada.
Qual o tratamento indicado para a tripofobia?
O tratamento para a tripofobia pode envolver estratégias comuns usadas em situações de outras fobias, mas quais são elas?
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC): uma abordagem de terapia que é adotada para muitos tipos de fobias e ansiedades. Neste método, o terapeuta trabalha com o paciente para identificar e mudar padrões de pensamentos associados à tripofobia. No processo, técnicas de “exposição gradual” podem ser usadas para ajudar a pessoa a entender melhor quais os gatilhos do transtorno.
- Técnicas de relaxamento: a respiração profunda, a meditação e outras técnicas de relaxamento podem ajudar a diminuir a ansiedade ligada à tripofobia. Esse treinamento pode ajudar a pessoa a ter meios de lidar melhor com as reações emocionais.
- Acompanhamento psicológico: conversar com um psicólogo pode oferecer segurança para explorar e entender os sentimentos ligados à tripofobia. O aconselhamento pode oferecer apoio emocional e estratégias para lidar com o transtorno e entender melhor as origens do problema.
Tripofobia é comum?
Muitos acreditam que a tripofobia é rara, mas estudos apontam o contrário. Pesquisas mostram que uma parcela significativa da população sente desconforto diante desses padrões.
O que varia é a intensidade. Para alguns, é apenas um incômodo leve. Para outros, pode desencadear reações físicas e emocionais intensas. O aumento do debate em redes sociais também contribui para mais pessoas reconhecerem em si mesmas esses sintomas.
É importante separar o sentimento de nojo natural do que realmente é a tripofobia. O nojo é uma emoção comum ligada a odores fortes, sujeira ou alimentos estragados. Já a tripofobia surge diante de imagens e padrões específicos, mesmo quando não representam risco real.
Em alguns casos, o nojo intenso pode evoluir para uma reação fóbica. Quando há sintomas físicos e grande impacto emocional, é sinal de que ultrapassa o simples incômodo.
Tripofobia e ansiedade
A ligação entre tripofobia e ansiedade é clara. Pessoas mais ansiosas tendem a relatar maior sensibilidade a gatilhos visuais, pois a mente associa o padrão a perigo ou desconforto. Assim, o corpo reage de forma exagerada, com aceleração dos batimentos cardíacos e sudorese.
Em quadros mais graves, a visualização de imagens tripofóbicas pode desencadear ataques de pânico. Nessas situações, o acompanhamento profissional se torna indispensável.
Tripofobia na vida cotidiana
A tripofobia pode se manifestar desde cedo. Crianças relatam medo e repulsa diante de padrões como sementes, bolhas em massas ou esponjas. É importante que pais e educadores fiquem atentos, sem ridicularizar os sentimentos da criança. O acolhimento ajuda a reduzir o impacto emocional e, quando a reação é intensa, pode ser recomendado procurar apoio psicológico especializado.
Tripofobia e curiosidades
Não existe uma “cura imediata” para a tripofobia, mas é possível controlar os sintomas.
Com terapia, técnicas de respiração e apoio psicológico, muitos pacientes conseguem reduzir os efeitos. O objetivo não é eliminar totalmente a sensibilidade, mas torná-la administrável.
Pesquisadores têm buscado entender por que o cérebro reage de forma tão intensa a esses padrões. Uma das hipóteses é que eles lembram superfícies de pele doente, úlceras ou parasitas. Isso poderia explicar a sensação de repulsa imediata. Outra linha de estudo associa a tripofobia ao instinto de autopreservação, herdado de nossos antepassados.
A tripofobia também aparece em expressões artísticas, memes e até em campanhas publicitárias. Muitas vezes, esses conteúdos usam imagens com buracos para causar impacto. No entanto, para quem sofre do transtorno, essa exposição pode ser bastante prejudicial.
Por isso, especialistas alertam sobre a importância de cuidado e responsabilidade no uso dessas imagens.
Dicas práticas para lidar com a tripofobia
Além da terapia formal, algumas práticas simples podem ajudar no dia a dia:
- Evite buscar imagens de gatilho na internet.
- Pratique técnicas de respiração sempre que sentir desconforto.
- Foque a atenção em objetos neutros quando exposto a padrões incômodos.
- Compartilhe com familiares e amigos o que você sente, para ter apoio.
Essas medidas não substituem o tratamento profissional, mas ajudam a reduzir os sintomas em momentos críticos.
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