Design Thinking na criação de currículos universitários

Karina Franchini

Que tal pensarmos no currículo universitário com base no Design Thinking? Se a sociedade muda o tempo todo, é papel do ensino superior acompanhá-la. Mais do que isso, a educação, em todos os níveis, precisa ser uma das protagonistas ao ditar o ritmo da transformação.



Observo diariamente a importância de um currículo acadêmico que capacite os alunos para o mercado de trabalho atual, mas que também vá além ao prepará-los para os desafios futuros.



E um currículo mais atraente, que fomente o engajamento, passa, hoje, pelo Design Thinking, conceito não tão novo assim, mas extremamente útil para propostas mais eficazes.

O que é Design Thinking no contexto educacional

O Design Thinking é uma metodologia centrada no ser humano, que busca soluções criativas para problemas complexos. De acordo com a definição do Sebrae, “É um modelo de pensamento que vai além da necessidade de criar um produto ou serviço. A ideia é entrar na vida do consumidor e procurar ditar comportamentos e necessidades futuras”.



Ao aplicá-lo na criação das matrizes, colocamos os estudantes, suas necessidades e aspirações no cerne do processo de desenvolvimento. Isso significa ouvi-los ativamente, compreender suas jornadas e cocriar experiências de aprendizado que realmente façam sentido para eles. O Design Thinking parte da ideia contemporânea de empatia, ao buscar captar as perspectivas de quem vai interagir e aprender com o material apresentado.



Com base nos insights coletados dentro dessas expectativas, identifica-se os principais pontos de dor e oportunidades de melhoria, para garantir que estamos abordando os problemas certos e direcionando nossos esforços da melhor forma.



De “posse” do conhecimento do que se espera e de eventuais obstáculos, passamos à fase de reunir professores, alunos, gestores e especialistas para gerar um amplo leque de ideias, com intuito de pensar fora da caixa e explorar novos caminhos pedagógicos, tecnologias educacionais e formatos de avaliação para enriquecer o currículo.



Em seguida, as soluções são colocadas em prática em entregas tangíveis, que podem incluir a criação de módulos de curso, experiências, projetos interdisciplinares e muito mais. Tudo isso deve ser testado em ambientes controlados, permitindo adaptações e melhorias contínuas.



A última etapa envolve a aplicação em pequena escala, que abre possibilidades para coletas de feedback dos acadêmicos e ajustes conforme necessário. Este ciclo iterativo de experimentação e refinamento garante que o currículo evolua no tempo de maneira responsiva e alinhada com as reais necessidades dos estudantes.



A utilização do Design Thinking na criação de currículos universitários não é mais uma tendência; trata-se de uma necessidade para instituições que aspiram a oferecer uma educação de qualidade e relevância alinhada com conceitos modernos. A abordagem prepara nossos alunos para serem pensadores críticos, solucionadores de problemas e líderes inovadores no futuro.

Por que o Design Thinking é tão relevante para os currículos

Os currículos tradicionais, muitas vezes, priorizam o acúmulo de conteúdos teóricos. Embora esse conhecimento seja importante, ele já não é suficiente para formar profissionais capazes de atuar em cenários complexos. O mercado exige habilidades de resolução de problemas, trabalho em equipe, pensamento crítico e criatividade.

Nesse ponto, o Design Thinking se torna especialmente relevante. Ele não apenas conecta a teoria à prática, mas também estimula a aplicação dos conteúdos em situações reais. O aluno deixa de ser um receptor passivo e passa a atuar como protagonista do próprio aprendizado, desenvolvendo competências que farão diferença em sua carreira.

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As fases do Design Thinking aplicadas à educação 

O Design Thinking se organiza em cinco etapas principais. Cada uma delas pode ser traduzida para o contexto educacional, orientando desde o planejamento até a execução do currículo. A ideia é que o processo seja iterativo: testar, avaliar, ajustar e repetir, sempre com foco na melhoria contínua.

Empatia e definição de problemas

Como mencionei no começo do texto, o primeiro passo é a empatia. No campo educacional, isso significa ouvir os estudantes, compreender seus desafios, expectativas e formas de aprendizado. Essa escuta ativa revela quais barreiras realmente prejudicam o processo e quais competências precisam ser mais bem trabalhadas. A partir daí, é possível definir com clareza os problemas que o currículo deve resolver.

Ideação, prototipagem e testes

Superada a etapa da definição, abre-se espaço para a ideação. Professores, gestores e alunos podem cocriar propostas de disciplinas, metodologias ou projetos. Essas ideias são transformadas em protótipos: módulos, atividades interdisciplinares, novas formas de avaliação. Os protótipos, por sua vez, são testados em escala reduzida, permitindo ajustes antes de serem implementados de forma mais ampla.

Esse processo reduz desperdícios, amplia a aceitação e promove o engajamento dos alunos. Afinal, quando percebem que suas contribuições foram consideradas, eles se sentem parte da construção, gerando mais motivação e uma conexão genuína com a instituição.

Exemplos práticos de aplicação no currículo universitário

Diversas universidades já aplicam o Design Thinking com resultados significativos. Uma estratégia bastante comum é o uso da interdisciplinaridade em formato de desafios. Assim, os alunos recebem problemas reais, trazidos por empresas ou organizações da comunidade, e precisam propor soluções inovadoras em grupo, contando com a orientação de professores e mentores.

Outro exemplo é a substituição das tradicionais provas escritas por avaliações baseadas em projetos. Os estudantes precisam apresentar protótipos, relatórios de impacto ou soluções práticas. Essa forma de avaliação estimula a autonomia, o raciocínio crítico e a capacidade de comunicação, habilidades que dificilmente são medidas em uma prova convencional.

Essas práticas mostram que o Design Thinking não se limita a um conceito abstrato. Ele se traduz em experiências palpáveis, que aumentam a relevância da formação acadêmica e aproximam os alunos da realidade profissional que irão enfrentar.

Desafios na implementação do Design Thinking

Implementar o Design Thinking nos currículos universitários é promissor, mas não está livre de desafios. O primeiro obstáculo é a resistência de alguns docentes, acostumados a modelos tradicionais. Mudar a forma de ensinar demanda tempo, abertura e capacitação, em um processo que envolve tanto mudança de mentalidade quanto de prática.

Outro ponto delicado é a mensuração de resultados. Como avaliar, por exemplo, a criatividade ou a colaboração de maneira justa e objetiva? Essas competências exigem métricas diferentes das usuais, o que obriga as instituições a desenvolver novos modelos de avaliação. Além disso, há o desafio da infraestrutura: adaptar espaços físicos e investir em tecnologia para dar suporte a metodologias ativas.

Mesmo assim, os benefícios superam as dificuldades. Com planejamento, é possível superar resistências e encontrar caminhos para avaliar resultados de forma consistente. O mais importante é que a transformação esteja alinhada à missão institucional e ao propósito de formar profissionais mais preparados para os desafios contemporâneos.

O futuro dos currículos universitários

Ao adotar o Design Thinking, os currículos caminham para se tornar cada vez mais personalizados e colaborativos. Isso significa que os alunos terão percursos de aprendizado adaptados aos seus interesses, sem abrir mão de uma base sólida de conhecimentos essenciais. O foco não será apenas na transmissão de conteúdo, mas no desenvolvimento integral do estudante.

Além disso, o futuro aponta para currículos que se atualizam constantemente. A velocidade das mudanças no mundo do trabalho exige que os cursos sejam capazes de se reinventar em pouco tempo. O Design Thinking garante essa flexibilidade, pois permite ajustes rápidos e eficazes sempre que surgirem novas demandas.

Com isso, as universidades poderão desempenhar seu papel de protagonistas na transformação da sociedade, formando profissionais que acompanham as mudanças e também são capazes de liderá-las.

A experiência do UniDomBosco

O Centro Universitário UniDomBosco já vem aplicando o Design Thinking na construção de seus currículos. A instituição entende que não basta preparar os estudantes apenas para o presente; é necessário capacitá-los também para os desafios do futuro. Por isso, aposta em metodologias ativas, projetos interdisciplinares e práticas alinhadas às demandas do mercado.

Nesse modelo, professores, gestores e alunos participam ativamente da construção curricular, o que garante que o processo seja inclusivo e conectado à realidade. Buscamos promover um ambiente em que cada estudante seja protagonista da própria formação, desenvolvendo competências técnicas, mas também habilidades socioemocionais e de inovação.

Assim, os cursos oferecidos se tornam mais relevantes e atrativos. O Design Thinking, aplicado de forma consistente, fortalece o vínculo entre instituição e alunos, criando uma experiência acadêmica que vai além da sala de aula e prepara para um futuro de constante transformação.



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