A redundância é um dos problemas na comunicação escrita e verbal de muitos brasileiros. De acordo com o Estudo Internacional de Progresso em Leitura (PIRLS) de 2021, quatro em cada dez alunos do 4° ano não alcançam um nível satisfatório de leitura e compreensão textual (fonte: Agência Brasil).
Esta lacuna na educação básica se reflete diretamente na qualidade de comunicação diária, interferindo posteriormente na formação desses estudantes e na sua atuação no mercado de trabalho.
A redundância é um dos fatores que compromete a clareza e a eficiência da comunicação, revelando uma falta de domínio sobre as nuances da língua portuguesa. Para compreender mais sobre este tema, no post de hoje vamos entender o que é redundância, quais os tipos, os erros mais comuns e algumas dicas de português.
O que é redundância?
Conforme orienta o portal Conceito, redundância é a inclusão de informações ou elementos que são desnecessários para compreender uma mensagem, pois repetem o que já foi expresso de outra maneira.
No contexto da linguagem, ela pode ocorrer tanto na fala quanto na escrita e geralmente envolve o uso de palavras, frases ou detalhes que não acrescentam nada novo ao que já foi dito.
A redundância quase sempre é vista como algo negativo, pois pode tornar a comunicação menos clara e repetitiva, mas ela também pode ter um papel útil. Em algumas situações, a redundância pode reforçar uma ideia ou garantir que a informação seja compreendida, especialmente em ambientes ruidosos.
Por exemplo, em sistemas de segurança e tecnologia, a redundância pode ser um componente essencial, pois fornece backups e segurança adicional, garantindo que os sistemas continuem funcionando mesmo se uma parte falhar.
Quais os exemplos de redundância?
As redundâncias, comumente chamadas de pleonasmos, ocorrem quando adicionamos palavras que são desnecessárias para o sentido da frase.
Duas das redundâncias mais comuns e que todo mundo já usou pelo menos uma vez na vida são “Subir para cima” e “Descer para baixo”. Isso porque ambas as expressões são pleonásticas porque “subir” e “descer” já indicam a direção do movimento, tornando “para cima” e “para baixo” totalmente desnecessárias.
Outros exemplos são:
- Conclusão final: “Conclusão” por si só indica o fim de algo, sendo dispensável a palavra “final”;
- Manter o mesmo: Manter já implica continuidade ou constância, fazendo “o mesmo” ser supérfluo;
- Elo de ligação: Um “elo” já serve como uma conexão ou ligação, portanto “de ligação” é repetitivo;
- Ganhar grátis: Ganhar implica em receber algo sem custo, então acrescentar “grátis” é desnecessário;
- Repetir de novo: Repetir significa fazer novamente, portanto “de novo” é redundante.
- Metades iguais: Uma “metade” é por definição uma de duas partes iguais de um todo, tornando “iguais” também redundante;
- Planejar antecipadamente: Planejar já envolve preparação prévia, então “antecipadamente” é uma repetição;
- Minha opinião pessoal: Opiniões são intrinsecamente pessoais, fazendo “pessoal” uma palavra desnecessária nesta ocasião.
Identificar e entender tais redundâncias ajuda a melhorar a clareza e a precisão na comunicação, evitando o uso de palavras desnecessárias que não agregam valor ao conteúdo transmitido. Mas, então, como eliminar a redundância da sua comunicação?
Como acabar com a redundância?
Para combater a redundância na língua portuguesa, é crucial adotar práticas que melhorem tanto a escrita quanto a leitura. Um método eficaz é praticar regularmente a escrita, o que ajuda a internalizar estruturas gramaticais corretas e vocabulário adequado, evitando repetições desnecessárias.
Além disso, é recomendável manter um hábito constante de leitura, proporcionado uma maior compreensão e habilidade para identificar os pleonasmos (fonte: Editorial Paco).
Investir no estudo formal da gramática também é uma estratégia valiosa. Entender as regras e os usos corretos das palavras e expressões ajuda a evitar erros comuns que levam às redundâncias. Por exemplo, conhecer a diferença entre palavras que soam semelhantes, mas possuem significados e usos distintos, pode prevenir a repetição desnecessária de ideias já expressas.
Portanto, a chave para eliminar a redundância não está apenas em aprender as regras gramaticais, mas também em aplicá-las através da escrita e da leitura constante, assegurando uma comunicação clara e eficiente.
Quais os tipos de pleonasmos que existem e como evitá-los?
A redundância na comunicação pode assumir várias formas, cada uma impactando de maneira diferente a clareza e eficácia da mensagem transmitida. Veja a seguir os principais tipos (fonte: Só Escola):
Redundância Lexical
A redundância lexical acontece quando palavras com significados similares são usadas juntas de forma desnecessária. Exemplos incluem expressões como “entrar para dentro” e “história passada”. Tais redundâncias podem parecer inofensivas, mas frequentemente comprometem a precisão e a sofisticação do texto.
Como evitar: antes de usar um adjetivo, advérbio ou qualquer outra palavra descritiva, verifique se o significado já não está implícito no verbo ou no substantivo com o qual ele está sendo combinado. Se estiver, omita a palavra redundante.
Redundância de Informação
A redundância de informação ocorre quando o mesmo fato ou dado é repetido várias vezes, sem adicionar novas informações ao texto. Por exemplo, mencionar repetidamente que “o smartphone tem uma câmera de alta definição” em diferentes seções de um manual do usuário pode ser desnecessário e cansativo para o leitor.
Como evitar: revise seu texto para garantir que cada parte ofereça novas informações. Se um ponto já foi mencionado e explicado, não há necessidade de repeti-lo, a menos que seja para reforçar uma conclusão ou em um resumo.
Redundância Gramatical
Erros gramaticais também podem levar ao pleonasmo. Frases como “Eu vi com meus próprios olhos” ou “Opinião pessoal dela” são exemplos, pois “ver” já implica uso dos olhos, e “opinião” é sempre pessoal, como já vimos anteriormente.
Como evitar: leia seu texto cuidadosamente e pergunte-se se cada palavra acrescenta valor ao que está sendo dito. Elimine aquelas que apenas reiteram o que já foi expresso por outras palavras na frase.
Tautologia
A tautologia é um tipo de redundância onde a mesma coisa é dita duas vezes, mas de formas diferentes. Por exemplo, “prever antecipadamente” ou “plano futuro”. Tais expressões são redundantes porque a ideia de antecipação ou futuro já está implícita nas palavras “prever” e “plano”.
Como evitar: Esteja atento às definições das palavras que você escolhe. Evite combinar palavras cujos significados se sobreponham.
Pleonasmo x Redundância: qual a diferença?
Pleonasmo e redundância são termos frequentemente usados de forma equivalente na língua portuguesa, mas possuem nuances distintas na linguagem.
O portal Brasil Escola orienta que o pleonasmo é uma figura de estilo que envolve a repetição intencional de uma ideia para enfatizar um ponto ou aumentar a expressividade do discurso. Por exemplo, “vi com meus próprios olhos” pode ser um pleonasmo para reforçar a testemunha visual direta em determinados estilos linguísticos.
Já a redundância, também chamada de pleonasmo vicioso, é o excesso de repetições sem novos significados.
Portanto, enquanto o pleonasmo pode ter uma função estilística e poética, a redundância é frequentemente vista como algo a ser evitado na escrita clara e eficiente.
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