Artigo escrito por Karina Franchini – Head de ensino superior do Grupo SEB
Uma tendência é notável e cada vez mais consolidada no mercado de trabalho atual: o crescente protagonismo das mulheres em posições de liderança. Esse fenômeno inspirador está redefinindo as dinâmicas de poder e influência nas organizações, refletindo uma mudança cultural profunda e positiva.
Transformação social
Como head de ensino superior do Grupo SEB, tenho a honra de testemunhar essa transformação que está se desdobrando diante de nossos olhos. O aumento das mulheres em cargos de liderança é mais do que uma alteração estatística; é uma mudança no núcleo da forma como percebemos a liderança. As barreiras de gênero estão sendo derrubadas, e as mulheres estão trazendo perspectivas únicas e habilidades excepcionais para o jogo.
A trajetória para a igualdade de gênero no mundo corporativo tem sido longa e desafiadora, mas as conquistas que alcançamos hoje são doses de inspiração da resiliência feminina. De executivas a empreendedoras, as mulheres estão demonstrando que não apenas pertencem a esses papéis, mas também prosperam neles. Suas realizações não são apenas suas, mas também pertencem a um movimento maior em direção a um ambiente de trabalho mais inclusivo e diversificado.
O que torna esse avanço ainda mais impressionante é a maneira como essas líderes femininas estão redefinindo o que significa liderar. Elas estão incorporando empatia, colaboração e habilidades interpessoais de maneiras inovadoras, construindo culturas organizacionais mais saudáveis e produtivas.
Mas nosso trabalho não termina aqui. Devemos continuar a apoiar e encorajar as mulheres a buscar posições de liderança, oferecendo mentorias, programas de capacitação e espaços seguros e estimulantes para o desenvolvimento profissional. A transformação cultural é essencial para garantir que todas as vozes sejam ouvidas e valorizadas.
Como líder, estou empenhada em fazer minha parte para avançar nessa trajetória. Continuarei a trabalhar para criar um ambiente onde todas as formas de liderança sejam reconhecidas, apoiadas e encorajadas. E, mais importante, onde as próximas gerações de mulheres possam alçar voos ainda mais altos, sem as limitações que o passado impôs.
À medida que nos esforçamos para um mercado de trabalho mais equitativo e inclusivo, devemos lembrar que cada passo importa. Cada conversa que promove a conscientização, cada oportunidade que oferecemos e cada barreira que derrubamos contribui para o progresso contínuo em direção a um futuro no qual a liderança é definida unicamente pelo potencial.
Números da ascensão das mulheres em posições de liderança
Esse cenário de mudanças recentes se traduz pelos dados. Embora eu entenda que ainda estamos bastante distantes do ideal, vale destacar que houve avanços relevantes, principalmente se levarmos em conta que nós, mulheres, nem sequer podíamos votar menos de cem anos atrás.
Essa margem que há na busca por mais espaço, inclusive, é o que me move em novas iniciativas e projetos que venho, em breve, anunciar por aqui em primeira mão. Até lá, vamos a números e fatos:
– Segundo pesquisas da auditoria Grant Thornton, as mulheres brasileiras ocupam 38% dos cargos de liderança no país, contra 25% em 2019. A porcentagem atual é maior do que a média latino-americana, que está em 35%;
– Ainda de acordo com a mesma pesquisa, as funções mais ocupadas são em diretorias de RH (43%) e financeiras (34%);
– A Panorama Mulheres (realizada pela Insper e pelo Talenses Group) mostra que a participação feminina em posições de presidências de empresas no Brasil saltou de 13% para 17% entre 2019 e 2022;
– Dados do IBGE apontam que a taxa de mulheres em todos os tipos de cargo do mercado de trabalho nacionalmente foi de 34,8% em 1990 para 54,3% em 2019;
– Um estudo da McKinsey, consultoria empresarial norte-americana, traz uma projeção de aumento em até US$12 trilhões no Produto Interno Bruto (PIB) global até 2025 por conta da participação das mulheres em cargos de liderança. O PIB brasileiro, sozinho, deve ganhar cerca de US$410 bilhões de acréscimo;
– No último dia 3 de julho deste ano, foi sancionada no Brasil a Lei nº 14.611, que garante igualdade salarial entre homens e mulheres.
Se ainda podem melhorar um bom tanto, como eu escrevi no começo do texto, os tópicos acima mostram uma clara tendência de crescimento, o que nos motiva e nos encoraja cada dia mais.