Nos dias de hoje, é muito comum escutar que as contratações são feitas pelas habilidades técnicas e as demissões pelo comportamento dos profissionais.
Ou seja, contrata-se avaliando as hard skills, que são as habilidades conquistadas por meio de cursos, e demite-se pela soft skills, que são as habilidades comportamentais.
Mas por que isso?
No dia a dia, na convivência, nas relações interpessoais, nos resultados e tudo o que envolve as relações profissionais, as soft skills, ou seja, os comportamentos que a pessoa tem, aparecem muito mais do que as habilidades técnicas.
Obviamente que é muito importante e essencial que o profissional tenha habilidades técnicas, porém essas habilidades podem ser, inclusive, trabalhadas pela própria empresa.
No entanto, quanto aos comportamentos, aquelas habilidades que fazem com que a pessoa saiba conviver bem com outras pessoas, além de ser muito mais difícil de serem ensinadas, é preciso toda uma cultura que ainda não existe na maior parte das empresas.
Diante desses simples porquês, fica muito claro que a forma como as contratações são feitas atualmente precisam ser revistas.
Essas mudanças já estão acontecendo em alguns locais e em alguns aspectos dos processos seletivos. Os testes comportamentais, e outros que são feitos durante as seleções, têm esse objetivo, mas nem sempre só eles são suficientes para identificar comportamentos e as habilidades interpessoais.
Algumas empresas justificam a rotatividade dos profissionais, que algumas pesquisas mostram que a cada 10 contratações, 9 finalizam em demissões, devido ao profissional não se encaixar ao perfil da empresa. Antigamente, usava-se muito o termo “vestir a camisa”. Dizia-se “o profissional não vestiu a camisa” e, muitas vezes, isso de fato acontece.
Porém, quando, na contratação, as informações sobre a cultura organizacional da empresa são transmitidas de forma clara, o profissional que está participando do processo seletivo pode, ele mesmo, avaliar a convergência. Convergência entre a cultura da empresa e suas habilidades interpessoais e características pessoais.
Os profissionais podem, então, participar mais ativamente de suas contratações para evitar as demissões?
Ainda é muito comum que os profissionais participem de processos seletivos de forma muito passiva. Não fazem perguntas, não se interessam por conhecer a cultura organizacional da empresa, não buscam maiores informações sobre os processos, sobre as interações.
Com isso, ao aceitar um cargo, o profissional chega na empresa meio como se tivesse dado um “tiro no escuro”. Por isso, na maioria das vezes, o próprio profissional não se encaixa e muitas dessas demissões que as estatísticas mostram acontecem, também, por parte dos profissionais.
Outro grande problema é que a maioria dos profissionais não tem muito conhecimento, ou melhor, autoconhecimento. Não sabe exatamente quais são suas habilidades principais e quais precisa aprimorar. Quando se coloca, por exemplo, em um local muito diferente, tem dificuldades de se adaptar e descobrir como melhorar habilidades e mudar comportamentos.
Claro que é importante que as empresas tenham consciência de que, para evitarem esse tipo de demissão, os processos seletivos devem ser feitos de maneiras diferenciadas. Porém, o profissional precisa entender que não pode somente depender da forma como o processo é feito. Tomar as rédeas com algumas atitudes, como essas que foram citadas, evitam contratações que vão ser finalizadas com demissões em curtos períodos de tempo.
Nem as empresas, nem os profissionais têm interesse em viver nessa rotatividade. A partir do momento que todos criarem consciência da importância de aliar as hard skills às soft skills, não só durante a atuação profissional, mas também durante os processos seletivos, certamente eles serão mais produtivos e, principalmente, mais assertivos.
Você, profissional, já tinha pensado sobre esse assunto? Quando participa de processos seletivos, tenta agir de forma mais ativa? Conta nos comentários.